Quem assistiu ao k-drama “It’s Okay To Not Be Okay” sabe que a proposta da personagem Ko Moon-young (Seo Ye-ji) é ser uma autora de livros infanto-juvenis nada convencionais. A escritora traz contos e histórias mais densas, seguindo com ilustrações que também partem para o lado mais sombrio.

Sua intenção não é assustar crianças e sim trazer a realidade para elas. Nada de contos de fadas com princesas e finais felizes. Moon-young escreve seus livros de maneira sensível e ao mesmo tempo dando um toque de reflexão. Serve tanto para crianças, mas bem mais para os adultos, em minha opinião.

Nesse contexto, iremos apresentar para vocês a resenha de cada livro escrito pela autora ficcional Ko Moon-young, produzidos por Jo Young e Jam San na vida real.

O MENINO QUE SE ALIMENTAVA DE PESADELOS

10/10

O Menino Que Se Alimentava De Pesadelos

Autoria: Jo Young e Jam San

Editora: Intrínseca

Páginas: 24

Gênero: Infantil

ISBN: 978-65-5560-195-4

Ano de lançamento: 2021

Plataformas atendidas: Livro; E-book

Sinopse: Em O menino que se alimentava de pesadelos, um garotinho é assombrado por pesadelos terríveis. Para tentar dar fim a esse tormento, vai até as profundezas da floresta e faz um pacto com uma bruxa. Ela apagará todas as lembranças ruins de sua mente, contanto que ele prometa que se tornará um adulto feliz. O acordo parece simples, mas o preço a ser pago caso ele não cumpra a promessa pode ser alto demais. (Sinopse retirada do site da editora Intrínseca)

Confira a resenha de “O Menino Que Se Alimentava Se Pesadelos”, um dos livros do k-drama Tudo Bem Não Ser Normal, escrito por Ko Moon-young.

Atenção: contém spoilers sobre a história do livro.

Esse livro conta a história de um menino que não é nomeado e sua única característica é ser atormentado todas as noites por pesadelos traumáticos e assustadores. Esses sonhos ruins nada mais eram do que lembranças que o atormentavam e o garoto não conseguia esquecê-las.

Resenha: O menino que se alimentava de pesadelos

Certo dia, quando não conseguia dormir, o menino resolveu pedir ajuda a uma bruxa. Queria desesperadamente não ter mais memórias ruins, para que assim seus pesadelos não voltassem, e assim pediu para a bruxa.

Porém, tudo tem um preço. Para que ela retirasse suas lembranças indesejadas, sua condição seria que o menino crescesse como um adulto feliz, se não ela colheria sua alma. A princípio essa condição parecia fácil e foi isso que o garoto achou. Alerta de spoiler: ele se enganou.

Crescido, vivia infeliz e sem rumo. A bruxa então cumpriu sua condição do acordo e colheu a alma do menino já adulto, a plantando em seu jardim junto a outras almas.

Resenha: O menino que se alimentava de pesadelos

Após terminar essa breve história, não deixei de refletir nas palavras-chave usadas: “lembranças ruins” e “felicidade”. Para mim são como antônimos que, assim como o garoto, achava que se não tivesse memórias indesejadas, eu seria mais feliz. Segundo a bruxa, sem os arrependimentos, sem magoar alguém ou ser magoado, sem o abandono, crescemos sem força e emocionalmente frágeis. Sem a superação, teremos sempre uma alma que não cresce.

Como adulta que sou, em meio a diversos contextos, sempre tenho um motivo para reviver certos traumas e momentos que não trazem agrado para meu presente. Porém, se pararmos para pensar, são esses traumas que muitas vezes nos tornam quem somos. 

Trazendo para o k-drama, temos uma cena em que Ko Moon-young lê este livro em um evento, paralelamente quando Moon Kang-tae também o lê em sua casa. Contextualizando brevemente, ambos personagens tiveram infâncias difíceis e bastante traumáticas e cresceram jovens fortes, porém que ainda carregam muitas feridas que nunca irão se curar.

Claramente posso estar dando uma “viajada” nas reflexões e na mensagem final que essa história pôde deixar como interpretação, mas acredito que não conseguimos superar completamente e nem podemos normalizar nossas lembranças ruins, mas, ao mesmo tempo, não podemos fazer delas nossa vida. Um favor que fazemos a nós mesmos é crescer em felicidade, na medida do possível.