Em janeiro deste ano tive a oportunidade de assistir o show do NCT 127 ao vivo. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida e com certeza foi uma ótima forma de começar meu ano. Agora em outubro, ainda carrego memórias do show, pois eles fizeram seu comeback com o single Fact Check, que está presente no homônimo 5° álbum do grupo. A música está hitando e não é para menos, acredito que desde Regular (2018), o NCT 127 não investia em um conceito tão urbano, tão “Neo City“, ainda mais visualmente em seu MV.

Link MV de Fact Check (2023)

Além disso, a música possui uma mistura de hip hop, afrobeats e até um pouco de funk. Os visuais promocionais do álbum trazem referências a looks icônicos de comebacks anteriores, com cada membro trazendo consigo um pedaço da história do grupo. Por isso, desde a primeira vez que ouvi a música, sabia que ia ser um sucesso. Agora eu consigo ver que esse comeback, mesmo que seja familiar sonoramente e visualmente, é diferente de todos os outros. Há uma sensação agridoce que fica comigo, de sentir que algo está mudando. E realmente está. 

Integrantes da esquerda para a direita: Jung Woo, Do Young, Johnny, Tae Yong, Yuta Jae Hyun, Hae Chan, Mark e Taeil.

O NCT como nós conhecemos vai mudar, principalmente porque dois integrantes irão para o exército no ano que vem, Taeil e Taeyong. É um processo que todo fã de kpop tem que passar, ver os membros do seu grupo favorito ter esse “hiatus”, eu mesma já passei por isso anteriormente com outros grupos e ainda vou passar com outros, mas por algum motivo desta vez o peso está sendo maior. Talvez seja porque eu também estou mudando. 

Eu não sou a mesma menina de 14 anos que ouviu “The 7th Sense” do NCT U e se apaixonou, ou aquela que colocou Fire Truck do NCT 127 como despertador para ir para a escola (favor não julgar meu gosto de despertador, eu sempre odiei acordar cedo hahaha). Hoje são muitas responsabilidades, muita correria e sobra preocupações, mas eu sempre tenho a música como minha companhia. A música sempre me ajudou a me conectar com aquela criança interior. 

Principalmente quando a música é do NCT, tenho tantos momentos importantes da minha vida que eles foram minha trilha sonora. E isso se aplica principalmente a unit 127. O Neo Zone foi um dos álbuns que mais ouvi em 2020, e foi um conforto quando o mundo parecia tão incerto e perigoso. Todos esses sentimentos vieram à tona quando assisti o documentário “NCT 127: The Lost Boys” que está presente no Disney+

O documentário do NCT 127

Sou fã de cultura pop há muitos anos, então já assisti mais documentários de turnês do que se pode contar em duas mãos, mas digo que nunca tinha visto um como esse, principalmente no meio do kpop. Claro que todo documentário escolhe um ponto de vista para contar, uma vertente, mas geralmente sinto que há uma tentativa de não aprofundar em assuntos delicados. 

E não senti isso com esse documentário,  sinto que conheci um lado dos integrantes até então desconhecido por mim: a infância deles. O especial é dividido em quatro episódios, e conta como foi a vida de cada um dos 9 integrantes até chegar na fama. A narrativa utiliza metáforas do livro Peter Pan de J. M. Barrie, o que encapsula bem a ideia deles terem amadurecido cedo, mas não se sentirem adultos. Por causa da fama, Taeil, Tae Yong, Johnny, Yuta, Do Young, Jae Hyun, Jung Woo, Mark e Hae Chan são apenas meninos perdidos na Terra do Nunca. 

E esse é o maior debate interno de todos eles, já que todos eles começaram na indústria musical muito cedo. Muitas atividades cotidianas, como ficar com a família, ir a escola e sair com amigos não fizeram parte de suas vidas, não há um senso de normalidade nisso quando se debuta ainda na adolescência. Para os membros é difícil separar a pessoa “idol” da pessoa “normal”, fica sempre a dúvida, quem sou eu de verdade?

A forma de contar as histórias no documentário é muito interessante, pois possui uma mistura de linguagens artísticas para representar acontecimentos. Atuação, desenho, música e dança são recursos narrativos que mostram de diferentes maneiras como os nove membros lembram e falam da sua infância. O tempo passou muito rápido quando eu estava vendo, e isso é porque as histórias vão se alternando com trechos de bastidores da turnê The Link. Justamente a turnê que tive o prazer de assistir em 2023. Me pareceu um fechamento de um ciclo assistir isso agora. 

O álbum

A trilha sonora que tem me acompanhado no momento são as faixas do álbum Fact Check, que estão muito boas. Minhas favoritas são Love is a beauty e Misty, porque eu amo quando o NCT lança músicas lentas de R&B. Além do que, eu comecei a olhar para Misty com outros olhos quando Mark disse em entrevista para o programa Daebak Show apresentado por Eric Nam que é sua música favorita por se tratar de uma experiência pessoal. 

Link entrevista Daebak Show com Eric Nam

Espero muito que os integrantes sejam sempre saudáveis e felizes em suas vidas pessoais e profissionais, para que continuem a trazer músicas maravilhosas para embalar outros momentos da minha vida no futuro. 

Além disso, recomendo muito esse especial do Disney+ que, diga de passagem, tive que achar na grande biblioteca mundial da internet para assistir. Ele foi feito para tanto para NCTzens quanto para quem não conhece o NCT 127. Também, vale a pena conferir o 5° álbum do grupo. Espero que gostem das b-sides tanto quanto eu!