Blackswan debutou em um cenário inimaginável, mas que não freou a indústria do k-pop: a pandemia do novo coronavírus. Sem público em programas semanais de música, para Fatou “foi estranho” promover o primeiro álbum do grupo, “Goodbye Rania”, desta forma, mas foi algo que nenhuma das quatro pôde evitar. O apoio dos fãs pelas redes sociais, entretanto, fez com que Judy tivesse a sensação de realmente ter debutado.

É neste cenário pandêmico que o grupo promove, no próximo sábado (10), um fanmeeting online com os fãs brasileiros, promovido pela Highway Star. O evento dá direito a dois minutos de conversa com o Blackswan, com serviço de tradução entre os idiomas coreano e português incluso. Ainda é possível comprar ingressos para o segundo horário, às 22h (horário de Brasília), aqui.

As meninas estão bem animadas para encontrar com os Luminas brasileiros. Sabe como sabemos disso? Nós tivemos a oportunidade de bater um papo com o Blackwan e falamos sobre tudo: diferenças culturais entre o quarteto e o que cada uma aprendeu com isso, a pandemia do novo coronavírus, os lados positivo e negativo de se tornar um idol e muito mais. Confira abaixo a nossa entrevista completa.

Olá, Blackswan. Nós gostaríamos de agradecer a todas pela oportunidade de entrevistá-las. Acreditamos que assim conseguimos trazer uma melhor aproximação com os fãs brasileiros que as apoiam tanto. Vamos começar falando do Brasil! Em Setembro, vocês irão realizar um fanmeeting virtual com seus fãs brasileiros por meio do Highway Meet. Como estão as expectativas para conhecer seus fãs do Brasil? Estão animadas?

Young Heun: Os fãs brasileiros sempre demonstraram muito amor por nós, mas fiquei triste por não poder retribuir tanto… Fico feliz por conhecer vocês!

Fatou: Eu estou muito ansiosa para encontrar e conhecer os nossos Luminas brasileiros! Eu acho que vai ser super divertido (um pouco caótico) e cheio de energias positivas.

Judy: A maioria dos fãs são brasileiros, então estou ainda mais animada! Mal posso esperar para conhecer vocês!

Leia: Estou tão animada. Finalmente, estou conhecendo fãs brasileiros. Estou um pouco triste por estar online, mas estou tão animada!

Acompanhando algumas lives de vocês, é notável que parecem ser muito amigas e unidas. O que vocês acham que contribuiu para esta união? Vocês se deram bem logo no começo enquanto ainda eram trainees?

Fatou: Quando nós éramos trainees, já que éramos também as únicas estrangeiras, eu acho que nós naturalmente fomos nos aproximando e fomos tentando dar apoio uma à outra o tanto quanto podíamos. Mas agora nós 4 temos um laço inseparável.

Leia: Eu amo como estamos agora. Temos um ótimo trabalho em equipe. Quando nos conhecemos, a gente se estranhava um pouco e não éramos muito próximas. Ficamos muito mais próximas enquanto morávamos juntas.

O Blackswan é composto por duas sul-coreanas, uma senegalesa e uma brasileira. Como é para vocês compartilhar as diferenças culturais?

Youngheun: Todos os dias são divertidos. Foi desconfortável no começo, mas eu me acostumei, então gosto dessa atmosfera cultural.

Fatou: De primeira foi um pouco difícil e confuso, já que nós viemos de partes diferentes do mundo. Mas enquanto treinávamos juntas, vivíamos juntas e passávamos um grande período de tempo juntas, nós aprendemos a lidar bem umas com as outras mesmo que existam algumas diferenças aqui e ali.

Judy: É incrível que cada país tenha sua própria cultura, especialmente o fascínio de Fatou pela cultura coreana. Às vezes ainda fico surpresa com o fato de que coisas que são óbvias para mim podem não ser óbvias para os outros.

Leia: As culturas locais são muito diferentes na Coreia, Brasil e Senegal. Mas as integrantes mais velhas ensinam muito umas às outras. Me sinto melhor agora, porque estou aprendendo. Agora, estamos no estágio de entender as diferenças e cuidar umas das outras.

Vocês podem falar para gente o que aprenderam umas com as outras e o que passaram a conhecer justamente pelo contato com outras culturas?

Youngheun: Aprendi que culturas diferentes não significam que somos diferentes, mas que culturas diferentes podem se encaixar bem. 

Fatou: Pessoalmente, eu aprendi a ser mais paciente, porque por questão das diferenças culturais eu, às vezes, apenas esperava que as integrantes entendessem o que eu queria dizer da forma correta aqui e ali, mas então eu me dei conta que não era esse o caso. Então, eu me tornei muito mais paciente como pessoa.

Judy: Aprendi muito linguisticamente, além de entender mais sobre boas maneiras em cada país.

Leia: Eu aprendi muitos títulos e boas maneiras usados na Coreia. Por exemplo, quando você come com adultos, você não deve segurar uma colher primeiro.

Agora, queremos fazer uma pergunta para cada uma das integrantes e vamos começar com você, Fatou. Antes de se tornar uma k-idol você era modelo na Coreia do Sul. O que te motivou a querer trabalhar com música? É algo que você sempre quis fazer ou sua jornada enquanto cantora foi acontecendo naturalmente?

Fatou: Para modelar, na verdade, eu nunca realmente pensei em querer me tornar uma modelo. Foi só uma boa oportunidade que eu tive a sorte de experienciar. Minha meta sempre foi a música desde que eu era criança. Então, eu estou muito feliz que eu consegui fazer o que eu sempre quis e posso viver todos os dias trabalhando com música.

Youngheun, o que você acredita ser o seu diferencial enquanto líder do Blackswan? Acreditamos que você deve carregar uma grande responsabilidade cumprindo este papel. Quando você foi escolhida para cumprí-la, como você reagiu? Teve algum medo ou insegurança? Aliás, tem algum líder do k-pop que você se inspira?

Young-heun: Ao contrário de outros grupos, o Blackswan têm duas integrantes coreanas e duas integrantes estrangeiras, com diferentes nacionalidades e culturas. Por conta disso, precisamos nos coordenar no meio das diferenças culturais das estrangeiras e as integrantes estrangeiras precisam se coordenar com a nossa cultura.

Se existe uma cultura ou qualquer outra coisa diferente, precisamos ter certeza de que a entendemos, além de entender que cada uma também tem uma personalidade forte. Acho que a melhor forma é ter uma conversa e conduzir de acordo com a característica de cada pessoa.

Quando disse pela primeira vez que era líder, sinceramente me senti desesperada e não estava confiante. Eu me considero um pouco egoísta. Estava preocupada com a possibilidade de fracassar em liderar um bom trabalho em equipe. Eu costumava ser a líder de outra equipe quando era mais jovem e eu me sentia uma péssima líder.

Se as outras pessoas estão cansadas ​​de praticar, elas devem liderar. Eu não sei. Só estou tentando ser boa na minha liderança. Eu me senti muito pressionada quando assumi a posição de liderança no Blackswan, mas agora que fiz isso, ganhei muita experiência social e me tornei mais madura, então mudei de ideia. Claro, as integrantes me ajudaram muito. Elas estão realmente me ajudando a liderar bem a equipe.

Você sente muito e reflete no seu passado?

Eu me sinto mais responsável, me esforço mais, mas ainda sinto que falta alguma coisa, então tenho que me esforçar mais. E o líder que eu respeito… Não é de um girl group, mas é o Leeteuk do Super Junior! Eu vi o que o Super Junior disse sobre ele e achei que ele era um verdadeiro líder.

Em vez de colocar os membros em primeiro lugar e dizer: “Eu sou o líder, siga-me aonde quer que eu vá”, acho que é algo a aprender com a maneira como você apoia os membros e os impulsiona. E há tantos membros!

É por isso que considero ele um bom líder.

Judy, você tem uma marca em parceria com sua irmã, a Meet Me (미트미). Conta para a gente, como você consegue equilibrar seu tempo entre ensaios, sua agenda de idol e o empreendedorismo?

Judy: Eu realmente confiei na minha irmã para o negócio de shopping quando entrei na DR Music, então comecei a me concentrar na minha agenda de estreia no Blackswan.

Após ler ou ouvir relatos de diversos idols, não é difícil chegar a conclusão que a vida enquanto trainee ou k-idol não é tão fácil quanto aparenta. Recentemente, temos recebido muitas mensagens de pessoas, às vezes crianças, por meio de áudios por não serem alfabetizadas, perguntando se conhecemos pessoalmente artistas, porque querem falar com eles ou então mudar-se para a Coreia do Sul para se tornar um idol. Leia, você poderia nos contar algo positivo e negativo sobre essa realidade de mudar-se para um país completamente diferente do seu para seguir seu sonho.

Leia: Bem, o ponto negativo é que eu tenho que viver longe da minha família e nunca posso encontrar eles sempre que eu quiser. Quando eu estava sonhando sobre ser idol, eu nunca pensei sobre a minha família, porque eu era muito nova. Também sinto que, às vezes, não sou boa o bastante.. Porém, a parte boa é que eu estou melhorando enquanto eu faço o meu melhor todos os dias e sinto que eu estou chegando perto de alcançar meu sonho. Isso me faz muito feliz.

É inevitável não falarmos da pandemia do novo coronavírus, principalmente porque atingiu diretamente a indústria do k-pop. Vocês, inclusive, debutaram, assim como outros grupos, em um cenário inédito para muitas pessoas. Foi estranho debutar sem qualquer calor dos fãs?

Youngheun: Eu estava preocupada, porque o debut aconteceu em uma situação ruim. É verdade que os rookies são influenciados pelo fato de que gostam de debutar quando há mais interesse e, no nosso caso, não havia público nos programas musicais, mas acho que é inevitável na situação que estamos e não pudemos evitar.

Fatou: Foi um pouco estranho, porque querer trabalhar com música para mim foi, principalmente, por conta da performance que você tem a capacidade de poder entregar para o público. A energia e a vibe são maravilhosas se você performar em frente ao público. Então, ver que não fomos capazes de fazer isso foi bem decepcionante, mas nós conseguimos fazer uma performance para o Lumina. Isso sim foi incrível.

Judy: Definitivamente, houveram muitas coisas que foram infelizes por não podermos conhecer nossos fãs devido ao coronavírus, mas eu estava grata que os fãs continuaram a nos aplaudir e amar através das redes sociais e de outros sites online! Graças aos fãs, percebi que realmente havia debutado.

Leia: No começo foi estranho, porque não havia fãs e eu não sabia se era assim mesmo que um debut acontecia, mas agora eu sei que há muitos fãs, então estou tentando mostrar a vocês um lado melhor meu!

A pandemia do novo coronavírus atingiu diretamente a indústria do k-pop. Shows e fanmeetings foram cancelados no ano passado e em 2021, alguns grupos começaram a voltar com alguns eventos, seguindo protocolos de biossegurança, mas por conta do alto número de casos, tiveram que ser cancelados também. Vocês ficam ansiosas com qualquer possibilidade de poder retornar aos palcos com o público? Quando os eventos presenciais com fãs puderem retornar de vez, qual é a primeira coisa que vocês querem fazer?

Youngheun: Eu gostaria de ter um fansign e um fanmeeting. Gostaria de encontrar cada um dos fãs pessoalmente. Os veteranos que estrearam antes de nós tiveram essa experiência, enquanto nós só tivemos fansigns online. Confesso que tenho um pouco de ciúmes. Existe uma grande diferença entre o público online e o público presencial. Eu quero mostrar a eles nossa performance no palco.

Fatou: Eu acredito que nós seremos capazes de fazer isso em breve. Quando nós conseguirmos estar frente a frente com nossos fãs, nós amaríamos demais nos apresentar e fazer um fanmeeting para os conhecer melhor.

Judy: Podemos nos apresentar na frente do público enquanto o  covid-19 está piorando? É nisso que eu penso. Infelizmente eu não consigo fazer nada para ajudar… Mas quando o covid-19 se acalmar e se estabilizar, gostaria de fazer um mini concerto para os Luminas!

Leia: Acho que vou ficar muito nervosa quando encontrar os fãs, mas eu amo a energia e o apoio deles. Eu quero me apresentar na frente de nossos fãs e me comunicar com eles.