A trajetória do BTS ao longo de seus 10 anos com lançamentos e álbuns está aí na internet para todo mundo ler. Um simples “Google” vai trazer milhares de páginas, contando como eles surgiram, quando foi seu first win (primeiro prêmio em um programa musical na Coreia do Sul), seus maiores sucessos de vendas, os números de bilheterias tanto em shows como em cinemas, e por aí não para.

Quando recebi a proposta da pauta, pensei “preciso fazer algo diferente!”, preciso mostrar para as pessoas que chegaram no fandom ao longo da carreira do grupo ou mais recentemente,, como foram esses 10 anos para nós, que vivemos cada um desses dias de forma tão intensa e única. 

Foi aí que veio a ideia de contar as histórias e acontecimentos que, para nós fãs, tem um gostinho todo especial – pelo menos para mim, rs. Selecionei alguns acontecimentos que na época que ocorreram, não achamos tão insanos, mas voltando no tempo, parece cada vez mais que a história foi escrita de forma muito particular e única para o BTS.

Mas já adianto. Não é fácil contar a história do BTS e talvez eu esqueça muitos acontecimentos que foram importantes para outros fãs. Mas é essa a proposta mesmo. Qual fato e acontecimento que para você como fã foi muito insano ou importante que se lembra até hoje? Pode comentar nas nossas redes sociais. E vamos ser saudosistas e felizes com esse grupo que fez e faz história.

BTS na América

Mas calma aí, você não vai falar do debut deles? Gente, todo mundo sabe do debut deles e se você não sabe que o Jin rasgou a calça e que eles surgiram para ser um grupo mais voltado para o hip-hop, você está sendo um fã errado. Essa parte está aí para todo mundo ver, ler e ouvir. 

Quero saber se você lembra quando eles foram para a América. Lembra? Não? Absurdo! Hoje o BTS é um grupo de milhões. Milhões mesmo, pois é um grupo que gira a economia da Coreia do Sul na maravilhosa cifra de US$ 11 bilhões, viaja de primeira classe ou jato particular, e não precisa se preocupar muito com dinheiro. 

Mas, quando o BTS decidiu ir gravar o famoso reality “BTS American Hustle Life”, os meninos foram para Los Angeles de classe econômica. Isso mesmo. É icônica a imagem dos meninos espremidos em suas poltronas, na fileira de três assentos, comendo ou dormindo, em um avião lotado. 

Ou até mesmo antes disso, como o momento em que eles chegam para embarcar no aeroporto, espremidos em duas vans pretas. Com cinco fotógrafos e meia dúzia de fãs esperando pelos meninos, eles descem e começam a pular felizes dizendo que estavam indo para “Minguk”, expressão coreana para os Estados Unidos. Nada daquilo lembra  os dias atuais, que eles praticamente vivem de ponte aérea. 

“E esse pseudo clipe, minha gente?”

Pequenas coisas assim são lendárias para quem é fã, porque a expressão “quem te viu, quem te vê” faz todo o sentido quando olhamos para aqueles sete garotos, lá em 2014, e que hoje estão, literalmente, em outro nível. 

O Twitter

Para mim, era um surto cada vez que o BTS ganhava um seguidor na plataforma do passarinho. Na época, não havia weverse, eles não possuíam contas individuais no Instagram e se você quisesse acompanhar o que eles estavam fazendo, precisávamos estar ligados na conta compartilhada no Twitter, a famosa: @BTS_twt. Enquanto as lives eram feitas pelo falecido V-Live. 

Tudo relacionado ao BTS acontecia no Twitter e grupos do Facebook. As fanbases tinham nome e sobrenome nesse universo de fãs, enlouquecidos e determinados a transformar esse grupo no maior sucesso de todos os tempos. 

A cada nova conquista, o BTS nunca deixou de comemorar. Quando a conta no Twitter, durante a era “Dope”, alcançou seu almejado um milhão de seguidores, nosso amado J-hope postou uma imagem super divertida em comemoração. Pronto, bastou isso para lançar o maior desafio para as ARMYS, pois queríamos saber a todo custo qual seria a próxima imagem divertida que ele postaria.

Dali em diante não parou mais, de milhão em milhão, e cada vez mais rápido, o BTS precisou fazer vídeos, postar imagens divertidas e agradecer o fandom por estar subindo de maneira meteórica na plataforma. Hoje a conta ultrapassa 48,4 milhões de seguidores.

BTS

A estreia do BTS na TV Americana

Por meio do primeiro documentário do BTS, descobrimos que o próprio produtor Bang Si Hyuk viajou até o Japão para se reunir com os membros e dar a notícia que o grupo estaria indo para os Estados Unidos apresentar pela primeira vez “DNA”, no American Music Awards (AMA), uma das principais premiações norte-americanas.

O ano era 2017 e, para nós fãs, isso era normal. Desde sempre, estávamos decididos que o BTS era – e ainda é – o melhor grupo de todos os tempos. Mas, fazendo uma análise do passado, esse momento foi de romper barreiras para que o grupo pudesse crescer ainda mais. 

Nessa época, os fãs já tinham consciência de que o grupo era grande e estava fazendo uma turnê bem badalada pelo mundo, com a “The Wings Tour”. Ainda assim, com a estreia do BTS no AMA, pudemos sentir a primeira virada de chave para que estádios maiores se abrissem para os meninos no ano seguinte. 

Tínhamos conseguido ser o primeiro grupo de k-pop a se apresentar no AMA, se juntando a artistas de grande peso nos Estados Unidos. Pensando racionalmente hoje, isso foi muito grande. Outros artistas puderam ser reconhecidos e levados à América graças a essa apresentação do BTS. Não tem como ignorarmos isso.

A febre de “MIC DROP”

Você deve saber o porquê da expressão de MIC DROP e de onde surgiu, certo? Bom, para relembrar, nosso líder – atual RM, antigo Rap Monster – se inspirou no ex-presidente dos Estados Unidos, Barak Obama. Na época, o líder do executivo dos EUA, em um jantar para correspondentes na Casa Branca em 2016, fez o gesto que chocou muitos ao finalizar seu discurso, mas transmitiu a mensagem correta para aquele momento: “Meu discurso foi ótimo, certo?”

Para o momento do BTS em 2017, quando escreveram “MIC DROP”, dando início a série “Love Yourself”,, o gesto, o nome e a inspiração, fazem todo o sentido para ter se tornado um Hit de grande sucesso.

Tanto é que quando relançaram a canção com o queridíssimo Steve Aoki, os fãs foram à loucura, porque a música começou a ser reproduzida em massa nas rádios de muitos países. Lembro até hoje de um colega de trabalho entrar na minha sala e perguntar “Essa não é uma música daquele grupo que você é fã?”. E acredite: ele não sabia nada de K-pop e desse universo. O dia ficou mais colorido depois de ouvir isso de uma pessoa que estava tendo o primeiro contato com o BTS.

As turnês contínuas

O que aprendi nesses anos todos como fã desse grupo, é que fã não tem limites. Naquela época estávamos assim, simplesmente sem limites. Tínhamos acabado de ter a primeira grande turnê do BTS pelo mundo, mas queríamos mais. Muito mais. 

Queríamos estádios, grandes produções, eventos a todo momento, álbuns, stages e por aí não parava. Juro, pensando hoje, BTS nos ama muito. Qualquer outro grupo teria surtado com a pressão que nós ARMYs fizemos no grupo. 

De forma brilhante, eles transformaram toda essa pressão em apoio, incentivo e empurrão para que não parassem. Enquanto queríamos mais apresentações deles, eles queriam mais premiações, mais tempo de tela e mais álbuns vendidos. 

E mais turnês! Turnês grandes e rentáveis, pelas principais cidades do mundo, para públicos na casa dos milhares, para se divertirem e, realmente, se sentirem os donos do mundo. Pois, na época, era como nos sentíamos, eles sendo os donos de tudo, fazendo as coisas mais incríveis, com a melhor conexão entre artista e fandom. 

Foi ótimo levá-los a Paris, Berlim, Londres, São Paulo, Nova York e surtar atrás de qualquer transmissão ao vivo ou vídeo que pudéssemos sentir aquela vibe alucinante do show, não importando o fuso horário.

A pandemia e a quebra do ritmo

Muita gente pode achar que estou falando asneiras nesse ponto, mas para quem estava no ritmo alucinante do BTS desde 2013, com crescimento contínuo, títulos e prêmios chegando a cada semana, turnês todos os anos, sem pausa para pensar e respirar, 2020 com toda certeza foi uma parede de concreto. 

Sempre que penso nesse instante em que todos corriam em ritmo acelerado, fãs e BTS, a pandemia de Covid-19 fez todos nós sentarmos e refletirmos: “E agora? O que faremos?”.O fandom tinha metas a serem alcançadas. O BTS tinha planejado vários shows e lançamentos para o seu fandom. Do nada, estávamos todos em casa. 

Refletindo sobre este momento, realmente, demos apoio uns aos outros. Meses antes, ARMYs de vários cantos do planeta, cruzavam países acompanhando o BTS seja na Coreia ou em outros países. Nos reuníamos, conversávamos, planejávamos e juntávamos dinheiro para a próxima turnê.  No entanto, tivemos que tirar o pé do acelerador e refletir sobre quem éramos, nós como fandom e eles enquanto artistas, e valorizar aqueles momentos que tínhamos juntos, onde podíamos chegar o mais próximos um dos outros. 

O BTS também sentiu essa parada de uma maneira adversa, pois vinha em uma corrida de sentir a energia dos fãs quase todos os meses. Esse sentimento para o artista é o que lhe move, no entanto, precisou se acostumar com a rotina online, com transmissões ao vivo! Imagino que para eles a dor foi ainda pior e muitos se questionaram se seria isso mesmo que queriam continuar fazendo, serem artistas naquelas condições de pandemia. 

Grupos que nasceram durante esse período, inclusive,, não tiveram tanto o impacto de não ter seus fãs acompanhando presencialmente em shows, apresentações e programas. Entenda, não estou dizendo que não tiveram dificuldades. Todo mundo teve dificuldades. Mas, reflita sobre o que escrevi que, a corrida do BTS com seus fãs, juntos, teve uma parada muito brusca e isso foi doído demais para ambos os lados.

As incertezas do futuro

O BTS, mesmo com a pandemia, não parou. Mais músicas, mais títulos em charts, mais recordes quebrados. Todavia, em uma vibe completamente diferente do começo de suas carreiras. Se no começo eles queriam ser um grupo mais voltado para o hip-hop com uma postura de “gangster”, agora, eles se preocupam, simplesmente, em ser felizes.

Com mais músicas dançantes, letras otimistas e de olho na mensagem que querem passar,  o BTS cresceu a partir da pandemia com uma vibe um pouco diferente. Isso não quer dizer que eles não usam mais a música como um canal para transmitir sua mensagem, pelo contrário, em sua coletânea de álbuns o que mais temos são músicas que o BTS gosta de afrontar os ouvintes ocasionais e que não entendem como eles chegaram até onde estão. 

Mas também, eles buscam mais divertir o público, como artistas. Querem, além de ser ouvidos, entreter, relaxar e passar um bom sentimento aos seus fãs e ouvintes. Isso é parte de um processo de amadurecimento e aprendizados de anos. Que não é só cuspir um amontoado de palavras injuriadas com a realidade, mas sim, saber lidar com a realidade que nos é dada e fazer o melhor com ela. 

BTS é um fenômeno. Sem tamanho e sem precedentes. E para nós fãs, serão sempre os sete garotos que decidiram debutar em 2013 com a intenção de serem ouvidos por alguma pessoa no mundo.


Texto por Sisi | Revisão por José | Equipe de Redação da K4US
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