Por que você precisa assistir Mr. Queen? Simples, segue a resenha que vou apresentar as razões para você assistir essa série divertida e empolgante!

10/10

Mr. Queen

Título original: 철인왕후

Elenco: Shin Hae Sun e Kim Jung Hyun

Direção: Yoon Sung Shik

Roteirista(s): Park Kye OK e Choi Ah Il

Episódio(s): 20

Produção: tvN

Plataformas atendidas: Viki

Sinopse: Jang Bong Hwan é um chef sul-coreano que subiu na hierarquia para cozinhar para os principais políticos do país na residência presidencial, a Casa Azul. Sempre sonhador, ele se encontra no corpo da jovem rainha, Kim So Yong, quando levado para uma era no passado da Coreia. Embora o marido da rainha Kim So Yong seja o monarca reinante, o rei Cheol Jong, ele o é apenas no nome. A rainha do falecido Rei Sunjo, Sun Won, aproveitou a melhor natureza do Rei Cheol Jong e está governando o reino em seu nome. E ela enfrenta a competição de seu próprio irmão, Kim Jwa Guen, que também tem planos de poder. A rainha Kim So Yong descobrirá que seu marido guarda alguns segredos e não é tão gentil e manso quanto parece … (VIKI)

Mr. Queen com uma temática engraçada e despretensiosa se torna um marco ao tentar passar em sua trama que o amor não se define e apenas se sente, independente de gênero, Eras ou brigas pelo poder.

Sabe aquele drama que te surpreende de forma positiva?

Pois então, é o caso de Mr. Queen. E, por isso, me senti no dever de compartilhar com nossos leitores o quanto me surpreendeu (positivamente, diga-se) e os motivos para o qual vocês devem incluí-lo em suas listas de k-dramas, caso não tenha assistido ainda, claro.

Resumidamente, o K-drama conta a história de um chef sul-coreano chamado Jang Bong Hwan, interpretado pelo carismático Choi Jin Hyuk – e, em parte, pela atriz Shin Hye Sun (Calma, mais para frente explico) -que faz seu sucesso na carreira gastronômica cozinhando para os principais políticos do país. Ou seja, sendo o cozinheiro chefe da Casa Azul, também conhecida como a casa do presidente da Coreia do Sul.

Mr. Queen
Ator Choi Jin Hyuk Interpretando Jang Bong Hwan

Devido a uma artimanha e intrigas de pessoas que o rodeiam, ele sofre um acidente que o leva para o passado, no qual passa a ocupar o corpo da jovem rainha Kim So Young, da Era Joseon. 

Entenderam agora o porquê  falei que, em parte, Jang Bong Hwan também é interpretado pela atriz Shin Hye Sun? É isto mesmo, ela dá vida à rainha, tendo que dividir sua interpretação como um homem dentro do corpo de uma mulher. Complicado não é mesmo?

Mr. Queen
Shin Hye Sun interpretando Jang Bong Hwan no corpo da rainha Kim So Young

Não bastasse isso, temos as famosas intrigas políticas que cercam o trono, e aqui não seria diferente. O monarca reinante, o rei Cheol Jong, interpretado pelo ator Kim Jung Hyun, na verdade, precisa esconder seus ideais de um monarca justo e precisa fazer-se acreditar que é um rei fantoche para a rainha mãe Sun Won, interpretada pela atriz Bae Jong Ok, que usa o rei Cheol Jong para governar o país.

Ainda, há uma intriga severa entre o clã Kim querendo dominar tudo na antiga Joseon, dando origem, assim, a verdadeiros embates contra outros clãs.

No final das contas a rainha, que não está com seu real espírito e sim do nosso divertido chef de cozinha, precisa se desdobrar para equilibrar seu lugar na corte, fugir das intrigas políticas e, de quebra, entender como, no final, apaixonou-se pelo seu marido, o rei Cheol Jong. Com o detalhe que em grande parte da história quem conduziu seu corpo foi o espírito do Chef de cozinha, Jang Bong Hwan. 

Claro que precisei dar uma boa resumida no enredo, até para não tirar a alegria de quem irá assistir este k-drama e, também, minha  intenção aqui é apontar as principais razões que me fizeram indicar este como um drama que deve ser assistido. Então, vamos aos pontos!

1 – A Coreia está mudando

Na K4US, temos falado e acompanhado a Coreia há um bom tempo e sabemos as várias tentativas da sociedade coreana em tentar mostrar o quanto está alinhada com as tendências mundiais. 

E, para isto, alinhar o conservadorismo da população com evolução das novas gerações e não haver o choque entre ambos os públicos e ideais mais tradicionais, precisa, literalmente, usar de muita criatividade para introduzir essa mistura na mesa de jantar de cada cidadão coreano.

Nesse sentido, a Coreia, para abordar de uma forma mais amorosa o relacionamento homoafetivo, teve que, literalmente, colocar a alma de um homem dentro de uma rainha da ERA JOSEON para mostrar o quanto é possivel o amor entre pessoas do mesmo sexo.

E acredite, isto não é uma crítica negativa. 

Em uma época em que  “diversidade e inclusão” são os pontos de destaque dos debates, saber lidar com esse tema para uma população bastante conservadora em certo aspecto tem, podemos dizer, seu brilhantismo.

Isso porque, além de mostrar uma nova visão para uma população que estruturalmente está enraizada de não aceitar ou entender esse contexto, sabemos que as k-series são feitas para serem assistidas. Ou seja, no final das contas precisam ter uma audiência alta para gerar público e dinheiro para as produtoras.

Logo, os produtores de conteúdo para a grande massa daquele país têm que se aventurar em andar em cima da linha, e arriscar-se entre ter sua obra adorada ou apenas extirpada do horário nobre da TV. Por isto, entendo que este foi um passo muito importante, mesmo que não seja ainda o suficiente, já é significativo.

Mesmo que algumas pessoas argumentem que está longe do ideal, acredito que expor de forma clara, até mesmo no final, que dois homens nutriram sim o sentimento amoroso dentro da temática do mesmo sexo, é um ganho sem precedentes e muito importante para a luta diária contra o preconceito.

E deve-se reconhecer todo o mérito de saber conduzir um tema de forma tão harmoniosa entre o cômico e o drama sem extrapolar os limites do debate, sem machucar os lados, o que cabe, sim, o reconhecimento e o mérito pela tentativa, ao meu ver, bem sucedida.

2 – A harmonia entre o cômico, o drama e o histórico

Saber dosar uma história entre o drama e o cômico é um verdadeiro talento.

Conduzir tudo isso, e ainda prender a atenção de quem assiste, é maestria.

Raramente um k-drama me cativou ao ponto de eu não querer me levantar do sofá, dar uma volta ou pegar o celular e deixar para assistir o próximo episódio no próximo dia. Contudo, neste caso, foi diferente.

Mr. Queen

Me vi começando na sexta à noite e não consegui mais parar. Sinceramente, acho que isto aconteceu com dois ou três dramas em toda minha vida de dorameira. Isto é muito bom e gratificante para quem assiste kdramas e séries durante muito tempo, pois sabemos que quanto mais se consome  este tipo de conteúdo, automaticamente, de cria uma resistência ou até mesmo uma sensação de “saciedade” com o material apresentado. A famosa “Saturação” de consumir muitos doramas.

Assim, ao navegar pelos comentários de pessoas que estavam assistindo a série, pude perceber que algumas a intitulavam como  um drama “louco e estranho” que, ao mesmo tempo, diziam ser muito engraçado e confortável. Este tipo de comentário não pode ser ignorado quando você está no mundo de Kdrama, ou de séries de uma forma geral. Você precisa saber o que desperta o interesse das outras pessoas. Isto me fez querer assisti-lo para entender a dinâmica oferecida pela produção.

Bem, acertada decisão. Foi uma agradável surpresa descobrir que o que as pessoas chamavam de “louco e estranho” nada mais era que o equilíbrio razoável e dinâmico entre o alívio cômico e a mensagem do drama em si. Sim, havia passagens hilárias em que ver o Chef de Cozinha tentando se adaptar ao seu novo corpo “humano feminino” enquanto lidava com o fato de estar na ERA JOSEON, geraram muitas cenas engraçadas e plausíveis ao conflito. 

Não quero dar spoilers, mas têm cenas envolvendo os dois protagonistas, e até mesmo os  secundários, que proporcionam muita risada sem desgastar os personagens, sem deixar cansativo e ainda dar leveza àquele momento que poderia ser considerado problemático. É o ponto alto da produção e que faz com que o espectador fique querendo mais e mais de cada episódio.

E a cada episódio, o espectador é bem servido.

3 – O Cast de Atores de Mr. Queen

Particularmente, não consigo sequer cogitar escrever um texto de resenha/opinião sobre qualquer que seja o Kdrama sem levar em consideração a perfeita sincronização entre os atores escalados para os papéis.

Este enredo, ouso dizer, se não estivesse nas mãos de atores extremamente capacitados e entrosados, teria tudo para dar errado. 

A começar pela a atriz escolhida para interpretar a rainha Kim So Young, a queridíssima Shin Hye Sun, que tem conseguido estabelecer seu lugar como uma das atrizes da nova geração que mais conseguem prêmios. Sua atuação é sempre muito bem feita e nos faz acreditar que, de fato, ela não só entra no personagem como divide com ele, de forma muito íntima, seus segredos e encantos.

No papel como a Rainha Kim So Young e Chef de Cozinha Jang Bong Hwan, ela estava perfeita. É possível observar claramente as nuances de sua interpretação cada vez que ela precisa mudar de personagem dentro de um mesmo corpo. Ou seja, encarnar o Jang Bong Hwan com toda sua irreverência dentro do corpo da rainha meiga e educada sem se perder no papel, sem perder as características de cada um dos personagens, é claramente uma evidente prova que ela é uma atriz completa. 

Juro, não estou exagerando. É um grande fator para você assistir a Mr. Queen, caso ainda não tenha feito isso.

Já no papel do Rei Cheoljong, temos o ator  Kim Jung Hyun que também tem suas adversidades em conseguir demonstrar em seu papel como pode interpretar um rei fantoche para fugir das intrigas da corte, ao mesmo tempo que, em segredo, programa uma revolta para assumir definitivamente o poder que lhe é de direito por ser rei.

O mesmo não perde em desenvoltura, entrega um monarca que só quer o melhor para o povo e aberto às mudanças modernas trazidas pelo Chef que habita o corpo de sua rainha, o que demonstra que ele está aberto a ouvir e tentar ser o melhor para o seu país e, também, seu/sua amado/a.

Entre os atores a química é certeira, ambos souberam demonstrar isso em cena e quando eles ocupam a tela é evidente que você irá ficar satisfeito com a boa desenvoltura de ambos. 

Para finalizar, ainda preciso destacar que os núcleos secundários não perdem em nada para o núcleo principal. Pelo contrário, ambos se sustentam de forma entrosada e trazem uma dinâmica muito gostosa de assistir, ao ponto de você querer que muitos minutos sejam acrescentados à determinada cena para ver mais um pouquinho daquele personagem X ou Y. 

Enfim, poderia escrever mais alguns fatores para vocês assistirem essa obra, mas deixarei a critério de vocês decidirem. 

Minha opinião? Mr. Queen é um Kdrama que vale muito a pena ser assistido.