aespa chegou ao mercado sul-coreano como carro-chefe da nova aposta da SM: Kwangya, o “multiverso” dos seus artistas. O quarteto tinha um conceito muito definido: ser uma ponte entre o real e o virtual. E todos os seus lançamentos principais reforçaram isso. Entretanto, “Spicy”, lançado na última segunda-feira (8), resolveu deixar isso de lado.

O MV faz parecer que o aespa se tornou outro grupo. Há, claro, inserções que nos remetem ao mundinho virtual, mas são somente acenos de tão tímidos. Visualmente, o videoclipe (M/V) é extremamente distante de tudo que vimos do grupo desde a sua estreia, mas tudo funciona perfeitamente, como se esse fosse o conceito concebido para o grupo desde o início. Claro, a estética “Meninas Malvadas” ajuda muito por ser algo que todo mundo ama, mas é preciso ter banca para sustentar e o quarteto sustenta.

Outro ponto interessante de “Spicy” é sua sonoridade. A canção se aproxima muito mais da vertente atual dos girl groups. Não que seja a primeira vez que o grupo traz tal sonoridade, mas enquanto carro-chefe de um álbum, é novidade. Há quem enxergue essa decisão como um erro da SM em levar o grupo para um lugar-comum – o que nunca foi a proposta inicial das meninas, mas é preciso assumir que comercialmente é uma estratégia inteligente.

Indo além de b-sides, ao longo de dois anos de carreira, o grupo realmente já flertou com outros gêneros e melodias “anti-aespa” em singles, mesmo que momentaneamente. Logo após “Black Mamba”, por exemplo, foi o momento da balada “Forever”, e recentemente vimos o quarteto brilhando com “Hold On Tight”, trilha sonora do filme “Tetris”

Apesar de parecer, não é como se o aespa estivesse abandonando Kwangya. Indo para o EP “My World”, a música que abre o disco, “Welcome To My World”, é justamente uma parceria com a versão cantora da Magalu, Naevis  – personagem-central desse universo. Já “Salty & Sweet”, por exemplo, tem tudo o que fez os fãs se apaixonarem por elas lá em “Black Mamba” e “Next Level”.

É muito importante ter um grupo com um conceito tão definido que é possível enxergá-lo em qualquer trabalho, mas essa decisão se torna uma armadilha para o próprio grupo que pode cair em uma vala ociosa que não traz inovação suficiente para se tornar atrativo para um novo público. 

Todo grupo precisa reforçar o seu fandom a cada novo lançamento e, manter a todo momento um mesmo conceito, não é o melhor caminho. aespa entendeu isso.

Texto por José | Revisão por Annyie | Equipe de Redação da K4US
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