“Twinkling Watermelon” chegou para encantar. O k-drama da tvN que estreou nesta segunda-feira (25) traz a história de um jovem filho de pais surdos, Han Eun Gyul (Ryeoun), que se tornou a voz que conecta a família ao restante do mundo. Eun Gyul carrega o peso de ser o único ouvinte, enquanto tenta trilhar, em segredo, a sua vida na música. Só que tudo muda quando ele entra em uma misteriosa loja de música e é levado para 1995.
A viagem no tempo não acontece neste primeiro episódio, para minha surpresa. Aliás, não há pressa alguma no roteiro para apresentar os personagens e contar uma boa história. Tudo é contado em um bom ritmo, calmo, com um flashback que não soa nada deslocado e ajuda a estabelecer a situação do protagonista no presente que, eventualmente, será levado para o passado.
Inclusive, é justamente a forma que tudo foi apresentado que deixa intrigante como a viagem no tempo vai acontecer e como ela será tratada no decorrer da história. A impressão inicial é que o passado será, na verdade, uma espécie de passado paralelo devido a várias mudanças de personagens que devem acontecer. Parece que será um pouco piradinho e, se for, pode resultar em uma experiência incrível.
Por ser um episódio apoiado no flashback, quem brilha é Jeong Hyun Jun (“Vejo Você Na Próxima Vida”), o ator mirim que dá vida a versão mais jovem do protagonista. Ele consegue transparecer em tela todo o peso colocado em suas costas — pelos próprios pais — por ser o único ouvinte da família. Ele ouve os maiores absurdos sobre os pais e irmão surdos, sempre os protege e se sente culpado quando não consegue fazer isso.
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Na infância, Eun Gyul sofre também pelo bullying escolar e é na música que ele encontra uma forma de se curar. A relação do protagonista com a música também é um ponto alto deste primeiro episódio e deve crescer ainda mais nos próximos já que, no presente, a música se torna uma forma de escape da realidade para ele. Ryeoun aqui, aliás, com pouco tempo de tela consegue traduzir tudo o que passou nos últimos anos e como isso o moldou em quem é hoje.
Jaehyun, do Golden Child, também é uma adição interessante ao elenco, mas que infelizmente deve ter uma participação pequena no k-drama. O cantor tem se aventurado na atuação nos últimos anos e é ótimo vê-lo aqui como Ha Eun Ho, irmão do protagonista, principalmente porque ele manda bem. É uma atuação cheia de nuances de um personagem que está de saco cheio de ter um irmão tão protetor e quer ser visto para além de sua deficiência. Acertaram muito.
Quem também conquista nesse primeiro episódio é Choi Hyun Wook (“Vinte e Cinco, Vinte e Um”). O queridinho da K4US — quem queremos enganar? — tem pouco tempo de tela, mas seu personagem todo malandrinho é simplesmente apaixonante. Vai ser interessante ver sua mudança — literalmente, outra pessoa — quando a viagem no tempo acontecer. Estou ansioso.
Só que há dois pequenos tropeços no primeiro episódio. Os personagens surdos são bem representados, mas para não utilizar legendas e facilitar enquadramentos, a produção opta por “dubla-los” enquanto eles fazem os sinais de libras. Já em outros momentos, rolam erros desatentos quando um personagem não-surdo conversa sem usar libras com um personagem surdo normalmente. Estranho.
Apesar desses pequenos tropeços, o drama encanta graças aos personagens extremamente cativantes. Foi um episódio meramente introdutório para estabelecer situações e personagens para que a viagem no tempo tenha mais peso para a trama. Estou ansioso para os próximos episódios.
Texto por José | Revisão por Fran | Equipe de Redação da K4US
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