A representatividade preta é discutida ano após ano, tornando-se uma pauta global. Afinal a pluralidade social é o que se espera de uma “aldeia global”.  

A LDH, além de nos apresentar muitos talentos e nomes importantes do j-pop, é um exemplo de representatividade preta no cenário do entretenimento japonês.

A empresa japonesa de gestão e entretenimento tem seu nome do acrônimo “Love + Dream + Happiness” e foi fundada pelos membros do grupo japonês Exile, em 2003 e foi nomeada inicialmente como Exile Entertainment Co., Ltd.

Posteriormente os 6 membros fundiram sua empresa com a agência de modelos Three Point Co., Ltd, estabelecendo a LDH, que hoje se chama LDH World, a empresa mãe de outras 4 subsidiárias: LDH Japão, LDH Europa, LDH Ásia e LDH EUA.

Com as expansões, a empresa adentrou diversos segmentos:  musical,  vestuário, culinário, animação e muitos outros. No gerenciamento, além dos artistas, também gerenciam modelos, atletas (surf, MMA, natação, etc.) e especialistas de diversas áreas do setor de entretenimento.

Além da gestão de artistas e profissionais, a empresa também é uma formadora de talentos. Isso mesmo que você leu. A EXPG Studio trata-se de uma iniciativa que desde 2003 visa formar artistas e profissionais do entretenimento

Visita dos integrantes do PSYCHIC FEVER ao EXPG Stuido de Nagoya

As escolas visam qualificar pessoas de todas as idades em profissionais de dança, canto, atuação, rap, DJ e modelagem. O foco não é apenas gerar artistas, como também instrutores profissionais para a indústria japonesa.

Existem atualmente 12 escolas, sendo 4 delas fora do Japão: duas nos EUA, uma em Tawian e uma na China. Além de uma unidade de ensino a distância.

Porém, não só de talento vive a LDH. A empresa, mesmo que em pequenas doses, nos entrega representatividade. Com isso temos que listar alguns membros pretos que participam dos principais elencos da empresa, o EXILE TRIBE (grupos masculinos relacionados ao conceito do Exile).

Nesmith 

O primeiro é Karim Ryuta Nesmith, nascido em 1 de agosto de 1983, em Kumamoto, Japão. Nesmith é filho de mãe japonesa e pai Afro-americano,  é cantor, ator e peformancer (atuação e dança). Foi membro do Nindaime J Soul Brothers (JSB2), até a migração para o Exile em 2009, no qual ainda se encontra.

Junto com HIRO do Exile, participou do planejamento e rascunho do mangá “Examurai Sengoku G” do mangaká Yamaguchi Yohji em parceria com o grupo. O mangá foi lançado em 5 volumes entre 2011 e 2014 na Monthly Shonen Champion.

Elly

Elliot Rosado Koya é filho do ex-boxeador Afro-americano Carlos Elliott e uma japonesa. É mais conhecido pelo nome artístico de Elly, nasceu em 21 de setembro de 1987 na província de Aomori, Japão. Rapper, ator e dançarino, em 2010 iniciou no Sandaime J Soul Brothers (JSB3) como perfomancer (atuação e dança).

Foi o primeiro não cantor do Exile Tribe a lançar carreira solo musical como rapper, sob o nome artístico de CrazyBoy, com o EP digital “NEOTOKYO” em 2019. Ele ainda coreografou várias faixas do JSB3 e também tem participações como rapper no grupo, como na faixa “Honey”.

LIKIYA

Irmão mais novo do Elly, Elliot Likiya nasceu em 28 de novembro de 1990, também em Aomori, Japão. Em 2014 participou das audições para participar na LDH, mas só debutaria em 2017 como líder e performancer (atuação e dança) do The Rampage

No mesmo ano (2017), fez sua estreia como ator na produção da LDH, a franquia “HiGH&LOW”. Ator, dançarino e coreógrafo, ele também estreou como rapper em 2020 na unit Ma55ive The Rampage.

Sekiguchi Mandy

Agora vamos com o Mark do Exile Tribe. Sekiguchi Mandy é filho de mãe japonesa e pai nigeriano-americano. Nascido em 25 de janeiro de 1991, em Nova Jersey, Estados Unidos, mas logo se mudou para o Japão. 

Ator e rapper, ingressou na LDH pelo EXPG em 2011, debutando em 2012 como performancer (atuação e dança) do Generations. Em 2014 passou na audição para se tornar membro do Exile. 

Dois anos depois (2016), tornou-se membro do HONEST BOYZ®, um dos grupos de hip-hop da LDH. Em 2023, Mandy foi selecionado como membro de mais um grupo, o recém debutado EXILE B HAPPY, um projeto voltado ao público infantil. Sem falar que, desde 2017, o divo participa de diversos projetos de atuação, como “HiGH&LOW” e o mais recente “Paripi Komei”.

Jimmy

Para finalizar a lista, trazemos o membro do PSYCHIC FEVER (PsyFe), grupo que debutou em 2022 e o segundo formado onde todos os membros performam e cantam. Inclusive todos os integrantes participaram da EXPG. 

Osayi Jimmy Kazuki, filho de pai nigeriano e mãe japonesa, nasceu em 26 de fevereiro de 2000, em Nagoya, Japão. Ingressou no EXPG em 2014 e participou até seu debut no PsyFe, como peformancer e rapper. E também coreografou algumas músicas do grupo. Fora do PsyFe, atua como modelo.


Aposto que você achou que iríamos parar por aqui. Mas não podíamos deixar de mencionar essa querida que, mesmo fora do Exile Tribe, é a representação preta feminina na LDH. E que representação!

Crystal Kay

Crystal Kay Williams é filha de mãe nipo-coreana e pai afro-americano. Nascida em 26 de fevereiro de 1986, em Kanagawa, Japão. Começou sua carreira na música aos 13 anos de idade com o single “Eternal Memories”.

Cantora, compositora, atriz e apresentadora, Crystal é considerada uma pioneira nos atos inter-raciais no entretenimento japonês. Acreditam que seu sucesso foi um abre portas para artistas mestiços em meados dos anos 2000.

Ingressou na LDH em 2014, e hoje, aos 21 anos de carreira, conta com mais de 13 álbuns lançados e ainda é ativa,  participando de diversos projetos. Simplesmente rainha demais 👑.

Assim, a LDH deixa entre seus legados a contribuição para a representatividade de pretos na indústria do entretenimento japonês. 

Comparado ao número de membros totais do Exile Tribe, pode parecer pequena, mas o impacto ainda pode ser sentido. E esse resultado é influenciado pela história do próprio Exile e da LDH, que estão no mercado há 20 anos. 

Esperamos que no futuro possamos ver ainda mais representatividade, não apenas no mercado japonês, como em outros países asiáticos. E que possam cultivar esperança nas novas gerações, para que saibam que existe espaço e lugar para mostrar seus talentos.


OBS: A classificação do IBGE determina que negros são os indivíduos que correspondem ao grupo formado por pessoas pretas e pardas. O termo preto remete a cor da pele e tem como referência aqueles que trazem na sua ascendência traços dos nativos da África.

Texto por Rapha | Revisão por Fran | Equipe de Design e Redação da K4US www.k4us.com.br | Não retirar trechos ou texto na íntegra do site sem os devidos créditos