Essa é a parte 2 da série que aborda dicas para escrever, uma parceria com a autora BtsNoona. Para ler a parte 1, clique aqui
A IDEIA
Primeiro, a ideia. Claro, para se escrever é preciso uma ideia, e por vezes não é fácil encontrar uma. Minha dica é: deixe que ela te encontre. Quando se refere ao trabalho braçal – sentar em frente ao computador e digitar – você pode perseguir. Pode sentar lá e se forçar a fazer. Mas com a ideia não é a mesma coisa, pelo menos pra mim: não se força uma ideia. A ideia vem, ela surge, e geralmente surge quando se está fazendo alguma coisa, muito mais do que pra quem está parado. Preste atenção nos detalhes, nas coisas que fazem os seres humanos interessantes. Veja filmes, ouça músicas e leia livros. Esqueça a ideia, se distraia com prazer. E aí, eventualmente, ela vai te achar.
Quando a ideia te acha costuma ser amor à primeira vista. Você pode pensar que ela está ótima, abrir um documento do Word e escrever logo em caixa alta, cheio de orgulho: CAPÍTULO 1 – Já aviso que este é um caminho perigoso.
Acho certo aproveitar a inspiração, tirar tudo o que pode desse momento de euforia intensa, dos dedos dançando feito loucos sobre o teclado. Afinal, se você quer mesmo escrever, vai notar que a inspiração não vem sempre. Muito pelo contrário, a verdadeira inspiração é rara, vem quase nunca e não marca visita. Se ela aparece, aproveite-a! Escreva sem se podar, sem releitura, sem se importar com pontuação, coerência ou errinhos de digitação. Isso, depois você edita. Vai ter muito tempo para editar quando a inspiração for embora, acredite.
Mas a inspiração também pode ser enganosa. Ela vai te soprar no ouvido que a história está perfeita, o que – depois do surto de euforia – você vai perceber que era ilusão. Você vai encontrar buracos, falhas, pontas soltas. Então, pelo menos pra mim, antes de eu escrever aquele orgulhoso CAPÍTULO 1 no topo da página, preciso de um roteiro. Se eu não tiver roteiro, eu me perco na história, me perco nos personagens e atraso todo o processo. Deixo o texto vagaroso e cansativo, tanto para mim quanto para o leitor.
Cada escritor tem uma forma de escrever o próprio roteiro. Aqui, conto como faço o meu, para ilustrar a ideia e clarear meus pensamentos.
Passo 1: Eu chamo esse de Overall Plot – Escrevo a história inteira em uma página, como se estivesse fazendo um resumo escolar. Qual é o problema inicial da trama, quais são os personagens, qual é a complicação central do enredo e, por fim, como esse problema é resolvido. Sim, antes do primeiro capítulo, eu escrevo o fim. O caminho fica muito mais fácil se você souber para onde está indo – qual o destino, onde quer chegar. Pra mim, começar qualquer narrativa sem saber qual é o final é dar um tiro no próprio pé: eventualmente você vai empacar no lugar, porque não faz ideia de para onde ir.
O Overall Plot é importante, e você vai querer voltar a lê-lo mais tarde, várias vezes durante o processo de escrita. Ele é a essência da sua história, aquilo que vai te manter no caminho certo. É claro que nem sempre esse Overall Plot vai continuar o mesmo – você pode ter uma ideia nova, algo genial que vai mudar o andamento das coisas. Se for o caso, não tenha medo de mudar, mas sempre mantenha o primeiro guardado. Escreva outro, compare. O texto é seu, a trama é sua – seja livre, mas não se perca.
Bom, espero ter sido de ajuda em alguma coisa. Já escreveu seu Overall Plot? Ficou com alguma dúvida? Não seja tímido e me envie sua pergunta, ela pode ajudar muita gente!
Beijocas amoras,
~BtsNoona
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