Autenticidade, originalidade e criatividade são três dos adjetivos que servem ao XG, grupo feminino da XGALX, que debutou em 2022. E, considerando  o comeback mais recente do grupo, “WOKE UP”, podemos acrescentar revolucionário à lista. 

Lançado recentemente, “WOKE UP” desde o seu primeiro teaser já mostrou para que veio, impactando os Alphaz, fãs do grupo e consumidores de k-pop no geral. O motivo principal da comoção foi o clipe de dezessete segundos que mostrava a integrante Cocona raspando a própria cabeça enquanto fazia seu rap. 

Confira o MV Oficial de “WOKE UP”.

Um dos comentários do MV no Youtube resumiu bem os meus pensamentos depois de escutar a música e ser impactada pela experiência visual que o clipe de 3:23 proporcionou, e não, não é clubismo: “A coisa mais inesperada que já vi de um ídolo, especialmente de um grupo feminino. XG é realmente especial e EXTRAORDINÁRIO E NÃO HÁ LIMITES PARA ELES”. 

“WOKE UP” marca a primeira música totalmente em rap do XG, apresentando uma faixa inovadora com 808 graves infundidos com sons exclusivos do Leste Asiático. As performances de rap de cada membro, intercaladas entre vocais mais suaves e graves, com uma flauta que guia a música do início ao fim, exalam uma poderosa identidade hip-hop e r&b do septeto. 

JAKOPS (SIMON) é o representante e produtor executivo do XGALX e incorpora a filosofia única do XG de quebrar estereótipos na música, como pode ser visto em refrões viciantes como “WOKE UP LOOKIN’ LIKE THIS” e de sempre esperar o inesperado quando se trata do grupo.

No MV, vemos o septeto fluindo como uma grande matilha de lobos, simbolizando o nascimento de um novo XG. – Foto: Reprodução/XGALX

Nisso, JAKOPS fez um trabalho excelente junto com o septeto. As  XGs sustentam toda essa pose e marra que cantam nas performances individuais com visuais marcantes e fortes, como o uso de Grillz em prata nos dentes, piercings e até adereços e roupas futuristas, soando e parecendo melhores do que muitos intitulados rappers na Coreia do Sul. 

Visualmente único e impactante, as fotos divulgadas causam estranhamento com o foco em um olho gigante, dentes e acessórios, tendo uma paleta mais mística que remete a um universo cyberpunk de ficção cient´ífica. O artista coreano Cho Gi Seok foi o responsável por trazer esse visual surrealista ao MV, já tendo criado peças com marcas famosas e artistas, como BIBI, THE BOYZ, LE SSERAFIM, RED VELVET, TXT e outros.

Não poderia concordar mais com o comentário, afinal, quando vimos um idol raspando a cabeça de verdade em um MV? Não, não era fake – A Cocona que com dezoito anos faz rap em três línguas – realmente fez aquilo. Ainda mais sendo um grupo feminino e com um comeback totalmente em rap? Eu nunca vi, e se você já viu isso, por favor escreva pra gente nas redes sociais @k4usportal. 

O que as Xtraordinary Girls realizaram, e aqui não se trata do ato da Cocona exclusivamente e que transcende o MV, trata-se do grupo inteiro composto por sete membros Jurin, Chisa, Hinata, Maya, Juria, Harvey e Cocona de se entregarem a arte e criarem algo autêntico.

Essa é uma característica presente no grupo desde o seu debut com o single “Tippy Toes”, de se entregarem ao projeto e identidade que desejam passar. Fato que surpreende numa indústria pautada nos charts, nos hits genéricos e nas tendências de consumir arte de forma rápida, sem digestão ou pausa para apreciar.

Confira o MV Oficial de debut “Tippy Toes”.

O grupo foi formado em 2017, após audições e as integrantes passaram 5 anos treinando na Coreia do Sul, como parte do “Projeto XGALX”, que tinha como missão lançar o primeiro artista da XGALX, subsidiária sul coreana da empresa de entretenimento japonês AVEX.

Daí em diante, o grupo vem cada vez mais incorporando elementos únicos ao seu repertório, que brinca com a dualidade do “ser feminino”. Ao utilizar estéticas que destacam tanto a feminilidade, mas principalmente, inovam ao representarem a agressividade de uma forma nunca vista sendo associada a um grupo feminino, quebrando aqui padrões.

O ato da Cocona de raspar a cabeça evoca o caso da Minami Minegishi, integrante do famoso grupo japonês AKB48. Minami, após ser acusada por tabloides japoneses de passar a noite com um suposto “affair”, apareceu em vídeo com a cabeça raspada no auge dos seus 20 anos para pedir perdão aos fãs e colegas de grupo.

Foto: Reprodução/XGALX

A notícia correu o mundo, furando a bolha dos fãs da cultura asiática, mas principalmente levantou questões na época da pressão que a mídia, fãs e empresa exerciam, e por vezes ainda exercem sobre os corpos e comportamentos dos idols, principalmente as mulheres. 

Assim, a Cocona raspando seu cabelo aos olhos do mundo, acaba ressignificando a ideia que o cabelo representa, como a feminilidade da mulher, e transforma a ação num ato de libertação do padrão feminino vigente. Além de ser uma afronta, se lembrarmos que o AKB48 é um grupo da AVEX e o XG é de uma subsidiária da mesma empresa. 🤭

Em entrevista à Vogue Singapura, as integrantes compartilharam sobre o comeback e inspirações. 

“Para esta sessão de fotos de jaqueta em particular, queríamos transmitir o nascimento de um novo XG e como estamos transcendendo nossa própria existência. Então combinamos tudo isso no visual desse retorno: como o batom preto intenso e os dentes em forma de presas que simbolizam os lobos. E cada um dos sete lobos que você vê — que representa cada um de nós — traz nossa abordagem única para quebrar estereótipos e limites. A produção do videoclipe também foi muito intensa e é um grande passo para nós”.

MAYA

No fim das contas, estamos acostumados a grupos femininos que mesmo em conceitos mais agressivos evocam um “lado feminino” para suavizá-lo. “Woke Up” oferta exatamente o contrário, escancarando a mensagem que o grupo tem tentado passar desde seu debut: “Não precisamos de rótulos e padrões para ser quem somos!

E pra amarrar tudo isso, temos o uso do conceito intergalático, em que os membros estão sempre criando no nosso imaginário que são seres de outro mundo em seus mvs, lhes dando a liberdade de destoar de todos os nossos padrões “humanos”, afinal elas não pertencem à este planeta.

Para deixar ainda mais claro, depois do comeback foi lançado o primeiro lightstick do grupo, que tem como elemento chave uma pequena espaçonave. Nela temos a opção de modificar o seu piloto, que varia desde o símbolo do XG, à personagens para cada integrante, além claro, de um pingente personalizado para os Alphaz Wolf. 

XG OFFICIAL LIGHT STICK Ver.1 Teaser

Com a primeira turnê mundial 1st WORLD TOUR ‘The first HOWL’ a todo vapor, passando pela Ásia, América do Norte, Europa e América do Sul, as meninas se preparam para mais um passo na carreira e nós ansiamos por um show no Brasil! E aí, já escolheu sua bias?

Ficou interessado em conhecer de perto o trabalho delas? Então se liga nas redes sociais do grupo para saber mais:

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