Extracurricular (인간수업)
Título original: 인간수업
Ano de lançamento: 2020
Episódio(s): 10
Gênero: Psicológico/ Crime/ Escolar/ Drama, Maduro/ Amizade/ Juventude
Direção: Kim Jin Min
Plataformas atendidas: Netflix
Elenco: Kim Dong Hee (Oh Ji Soo)/ Park Joo Hyun (Bae Gyu Ri)/ Jung Da Bin (Seo Min Hee)/ Nam Yoon Soo (Gwak Ki Tae)/ Choi Min Soo (Lee Wang Cheol)
Sinopse: Extracurricular é centrado em torno de três estudantes do Ensino Médio que começam a cometer crimes para ganhar dinheiro e os perigos imprevisíveis que eles enfrentam como resultado. Kim Dong Hee interpreta Ji Soo, que passa de um estudante modelo da escola para um criminoso depois de cometer um ato impensável. Jung Da Bin como a valentona da escola Min Hee, que é pega no crime de Ji Soo. Park Joo Hyun interpretará a parceira perigosa de Ji Soo no crime: Gyu Ri. Enquanto Nam Yoo Soo aparecerá como o namorado de Min Hee e o garoto mais popular do colégio, Ki Tae. (Sinopse retirada do MyDramaList)
Extracurricular, o drama da Netflix que vai fazer você grudar na tela e questionar quem realmente são os mocinhos nessa história. Se é que existe mocinhos… ou todos são vítimas do sistema?
Oh Ji Soo e O Começo do Pesadelo
Extracurricular tem como um de seus protagonistas o personagem Oh Ji Soo; embora seja considerado um aluno modelo em sua escola por ser totalmente disciplinado e ter notas excelentes, Ji Soo é um menino bastante quieto e praticamente invisível aos demais. Tirando um de seus professores, que vê o quanto o menino não faz absolutamente nada além de estudar e se incomoda com o fato de Oh Ji Soo ser assim.
“- As quais universidades vai se candidatar?
Oh Ji Soo para seu professor
– As três melhores.
– Qual exatamente?
– Na melhor que me aceitar.
– Que curso?
– O melhor que eu conseguir.
– O que quer fazer depois?
– O que me fizer lucrar.”
Só nesse pequeno diálogo entre o professor e Ji Soo a pessoa que está assistindo já leva um choque de realidade. Uma pessoa aparentemente sem motivação e sonhos. Será que esse seria o caso? Muito pelo contrário. O personagem logo no início diz que o sonho dele é ser normal. O normal para ele é ter dinheiro e em seguida viver. O dinheiro vem sempre em primeiro lugar. Mas por que essa obsessão tão grande com o dinheiro? Irei explicar.
Ji Soo é um menino que vive sozinho e se sustenta por conta própria. É ele que paga sua casa, contas de luz e água, cursinho, escola, comida e transporte público. Pois é, responsabilidades demais para um adolescente de 18/19 anos não acha? Você deve estar agora se perguntando: como ele consegue dinheiro para pagar tudo isso? E é nesse momento que vemos o outro lado do personagem.
Para bancar todas as suas despesas, Ji Soo coordena um aplicativo de proteção e agendamento para mulheres que fazem prostituição. Exatamente, não estavam esperando por essa não é mesmo? Já vou lhes avisando que a faixa etária deste drama é de 18 anos, e não é à toa. Mesmo que não tenha cenas explícitas, o drama trata de assuntos que vão de tráfico sexual, críticas sociais em relação a juventude e aos adultos, síndrome do pânico e até suicídio. Então, fica já aqui o meu ALERTA! Caso você ache que não se sentirá confortável vendo algum desses tópicos e outros mais que serão retratados ao decorrer dos episódios, recomendo que você não assista. Mas, se para você não for problema, por favor assista essa obra fantástica.
No momento em que descobrimos o que Ji Soo faz, nós já começamos a ficar com um pé atrás. Porque isso é um assunto seríssimo, tráfico sexual é crime. Mas então vamos adentrando ainda mais toda a confusão e minúcias que essa história nos traz: o porquê de Ji Soo estar envolvido em uma situação dessas e as próprias mulheres e meninas envolvidas. Confesso que o que levou Ji Soo a fazer o aplicativo e se infiltrar nessa enrascada, só dizendo assim, me lembrou bastante o livro Capitães de Areia de Jorge Amado. Eu sei, as histórias não são nem um pouco parecidas. Entretanto, eu achei a sociologia embutida nelas um pouco semelhante.
Além de ambas as obras serem de cunho realista, há a famosa questão dos problemas sociais enfrentados pelos personagens que fazem com que eles tomem atitudes drásticas para conseguirem viver. Em Capitães de Areia, Pedro Bala e sua equipe do Trapiche roubam e fazem trapaças para conseguirem comida e roupas. Já em Extracurricular, colocamos essa situação de uma maneira mais nua e crua: Ji Soo gerenciando um aplicativo de prostituição para conseguir se sustentar no sistema capitalista no qual se encontra e com isso tentar conseguir terminar seus estudos, já que sua mãe o abandonou e seu pai está sempre em busca de usar o filho para conseguir encontrar a mãe e assim arrancar algum dinheiro dela.
Não diria que é uma romantização do personagem o que estou fazendo. Durante a trama, fica bem claro que Oh Ji Soo não é um menino com uma índole ruim. Um dos momentos que deixou isso bastante explícito, foi quando ele vai proteger uma das meninas, Seo Min Hee, que pede ajuda para o seu pseudônimo no aplicativo “Tio”, quando a mesma havia burlado as regras indo para um motel com alguém da dita cuja lista negra do próprio aplicativo, onde Ji Soo coloca os contatos de homens que não respeitam as mulheres que estão trabalhando.
Outro momento é quando o menino fica desesperado só de pensar que terá de abandonar a escola devido a encrenca que está. O tempo inteiro é ratificado o quanto ele só quer simplesmente se formar e prestar o vestibular, provando a tese de que muita das vezes as pessoas não são exatamente ruins, mas se metem em situações ruins para sobreviver e terem oportunidades iguais aos demais.
E isso particularmente me deixou muito pensativa enquanto assistia o drama, pois convenhamos: não é uma situação muito difícil de ser encontrada na sociedade atual.
Bae Gyu Ri À Margem?
A nossa segunda protagonista é Bae Gyu Ri, uma menina que vem de uma família rica de dois diretores de uma empresa de entretenimento, sendo a própria Gyu Ri a próxima CEO a assumir a empresa. Além desses fatores, ela também é uma menina bastante inteligente, que pratica esportes e mantém uma boa relação com vários alunos veteranos do colégio, mostrando que ela é, de certa forma, extrovertida e tem certa dominância já que alguns alunos da escola, por medo dos veteranos, nem ousam mexer com a garota.
Entretanto, a relação de Gyu Ri com os pais é totalmente distante e árida, mostrando o tempo todo a pressão que os dois colocam em cima dela. Em especial a mãe, que faz questão da garota sempre estudar sobre economia e sobre livros de outros CEO’s famosos. A questão toda é que Bae Gyu Ri claramente não quer assumir a empresa, e os pais não estão nem um pouco interessados em saber o que ela quer ou deixa de querer. E isso somado ao fato de eles sempre exigirem dela nada mais e nada menos do que a pura perfeição.
Gyu Ri ainda chega a tentar um suicídio, que a própria mãe, mesmo sabendo, finge que a tentativa nunca existiu. E a menina também vive puxando a pele da lateral de seus dedos quando fica nervosa ou quando não pode dizer e nem muito menos fazer o que pensa e deseja. Até que conhece Oh Ji Soo no clube de Problemas Sociais criado pelo professor, aquele que eu disse lá em cima lembram? Depois da conversa com o Ji Soo, o professor vive agora tentando fazer ele interagir mais, e uma dessas maneiras de interação foi colocar ele no clube que ele coordena de Problemas Sociais! Que ironia, não? Gyu Ri fica interessada logo de primeira no menino e confesso que ela é uma grande fofoqueira, viu?
Ela rouba um dos celulares de Oh Ji Soo e descobre sobre o aplicativo e os negócios que coordena. Usando de chantagem e de alguns problemas que ocorrem no meio dessa situação, Bae Gyu Ri faz com que Oh Ji Soo a aceite no negócio para ela ficar com parte do lucro.
Assim os dois formam uma parceria.
Seo Min Hee, Sr. Lee & Kwak Ki Tae
E então chegamos nesses três, vamos lá.
Seo Min Hee de início é a namorada de Kwak Ki Tae. Min Hee, por escolha própria, vende seu corpo para poder bancar as despesas e presentes que dá para Ki Tae. E para adicionar, ela paga para o aplicativo de Oh Ji Soo para fazer sua proteção enquanto está trabalhando.
Ki Tae é um valentão da escola, que pratica bullying com alguns alunos sem sentir culpa ou remorso pelos seus atos, e fuma. Na verdade, os dois fumam muito! Tipo toda a cena deles eles estão fumando. É sério, eles são completamente viciados!
A diferença é que Min Hee fuma aqueles cigarros eletrônicos, sabem? Mas por ser menor de idade, ambos não podem fazer isso ainda. Cuidado com cigarros galera!
Min Hee desenvolve uma síndrome do pânico logo nos primeiros episódios, pois ela aceita trabalhar com um homem que estava na lista negra do aplicativo de Oh Ji. Ao longo também de suas crises e surtos devido ao incidente de quase ter morrido, nós começamos a ter mais contato com o Sr. Lee. Um homem mais velho que ajuda o “Tio” a fazer a segurança das mulheres do aplicativo, que acaba de certa forma se apegando a Min Hee e tentando fazer o tempo todo a menina sair desse tipo de situação devido ao trauma que foi deixado nela.
Por sinal, a relação da Min Hee e o Sr. Lee é uma das coisas mais inusitadas e tocantes da série. Eles acabam parecendo uma família, o Sr. Lee tentando proteger a Min Hee dos incidentes que podem acontecer com ela e a Min Hee se apegando ao Sr. Lee fazendo com que ela também se preocupe e queira o ajudar de alguma forma.
Também mostra no final dos episódios, o quanto Oh Ji também se importa com o Sr. Lee. E, sinceramente, eu confesso que o Sr. Lee foi um dos personagens que eu mais me apeguei na série, tirando o crustáceo que o Oh Ji cuidava. O Sr. Lee mostrava sempre uma grande empatia pela Min Hee e o Oh Ji, ele era praticamente o único personagem que trazia algo relacionado a um zelo para com aquelas pessoas, coisa que faltava em todos os aspectos nas famílias retratadas e as que não foram retratadas no drama.
Romance no meio do Caos?
Sim e não. A relação construída entre Bae Gyu Ri e Oh Ji Soo é bastante densa e ao mesmo tempo tensa. Os dois claramente se gostam e se odeiam.
Honestamente, não posso ir muito além desta vez explicando a relação desses dois. Pois isso seria um enorme spoiler no crescimento dos acontecimentos do drama. Mas, devo sim ratificar que vocês não devem esperar que nesse quesito isso vai ter algo totalmente romântico. O drama trata de assuntos sérios, e isso também se aplica ao relacionamento das personagens e suas interações.
Ambos se metem com tráfico sexual e lucram em cima disso, nada está a favor dos dois nessa situação.
Gyu Ri e Oh Ji acabam sim precisando um do outro para sobreviver nas circunstâncias que se encontram, mas se isso dará certo? Provavelmente tudo desmoronará quando eles menos esperam.
Declaração
Confesso que esse drama entrou para os meus favoritos da vida. Ele é totalmente inesperado, com um roteiro que eu particularmente amei, por ser o tipo de história que te coloca para pensar no por quê você gostar dos personagens que você gosta, no por quê os personagens fazem o que estão fazendo e em como as injustiças e questões sociais afetam sim a vida e a cabeça das pessoas.
Eu recomendo esse drama sem dúvida nenhuma, a todos aqueles que querem assistir a uma boa história na qual não possui em nenhum segundo aquele instante: “Ah, é isso que vai acontecer agora”. Tudo é muito inesperado e isso deixa você vidrado para saber o que irá acontecer em seguida.
Enfim, esta foi minha review de Extracurricular. Espero que todos vocês estejam indo agora mesmo assistir esse original da Netflix, porque eles acertaram em cheio!
Texto por Annyie @ Equipe de redatores da K4US
www.k4us.com.br | Por favor, não usar o texto e imagens sem créditos.