Titulo original: Saui Chanmi – 사의 찬미.

Título adaptado: The Hymn of Death (Louvor à Morte)

Ano de produção: 2018

Estreia mundial: 27/11/2018

Direção: Park Soo Jin

Duração: 3 episódios de, aproximadamente, 60 minutos

Gênero: Romance, Drama, Histórico

Emissora: SBS

País de origem: Coreia do Sul

Média de avaliação no Viki: 9,2

Resenha K4US por: Fran

Sinopse (pelo site Filmow): Baseado na história verdadeira da primeira soprano da Coreia, Yun Sim Deok. Kim Woo Jin é um escritor de teatro de palco, durante a década de 1920, época em que a Coréia esteve sob ocupação japonesa. Ele se apaixona por Yun Sim Deok. Ela grava a música “Praise of Death”, que se tornou a primeira música pop coreana em 1926. Kim Woo Jin e Yun Sim Deok vivem um amor trágico e proibido.

 

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PERSONAGENS PRINCIPAIS

 

 

Kim Woo Jin (Lee Jong Suk)

Único herdeiro de uma família rica, Kim Woo Jin estuda literatura em Tóquio, em meio a um dos períodos mais opressivos na história da Coreia. Sonhando com a liberdade do seu país, e sua própria autonomia das amarras de suas obrigações familiares, Woo Jin escreve e dirige peças de teatro.   

 

Yun Sim Deok (Shin Hye Sun)

Dona de uma voz incomparável, que a leva até Tóquio para estudar música, Yun Sim Deok é a filha mais velha de uma família que luta para atravessar as desigualdades de sua época. Por este motivo, carrega o fardo da responsabilidade de atender às expectativas de seus pais com relação ao seu futuro.

 

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A HISTÓRIA

The Hymn of Death, ou Louvor à Morte, conforme adaptado pela Netflix, é um romance histórico baseado no relacionamento de um dos dramaturgos mais importantes da Coreia e a primeira cantora soprano coreana.

A história do casal aconteceu no período que a Coreia era uma colônia japonesa, um dos momentos de maior opressão social dentro do país. Na época, coreanos foram obrigados a abandonar o uso do Hangul e do próprio coreano, bem como deixar de usar seus nomes de origem coreana e adotar o japonês como língua oficial. A repressão em excesso foi o combustível necessário para criar movimentos, em boa parte de estudantes, que se organizavam em segredo para planejar a derrubada do governo imperial e recuperar a liberdade e a soberania da Coreia.

É dentro desse cenário que Yun Sim Deok e Kim Woo Jin se conheceram e, aos moldes de Romeu e Julieta, mantiveram um relacionamento secreto, longe das expectativas dos pais de Sim Deok e das obrigações que esperavam Woo Jin quando este fosse obrigado a assumir a empresa de seu pai.

O inconformismo do casal com a realidade que se apresentava aparece em diferentes ocasiões durante os três episódios, com diferentes tipos de enfoques. Há momentos, por exemplo, em que vemos o casal se divertindo na praia, em uma tentativa de escape da realidade, compondo uma narrativa cinematográfica que traz a delicadeza e a sensibilidade do relacionamento dos dois. 

Há, ainda, momentos em que os dois são colocados em situações de extrema angústia, como quando o pai de Woo Jin descobre que o rapaz continua escrevendo peças e queima todas as suas obras em um fogueira. Ou quando Sim Deok é pressionada pelos pais para se casar. Situações bastante comuns quando paramos para pensar no contexto histórico do drama. 

Esse mesmo contexto traz um dos pontos mais interessantes do drama: a resistência coreana à dominação japonesa. É neste sentido que o sentimento nacionalista e a necessidade de liberdade florescem durante os episódios. E eles são muito bem destacados em situações diferentes, como quando o casal atira pedras no prédio administrativo japonês, ou quando Sim Deok se recusa a cantar para o governo japonês e, ainda, quando Woo Jin leva sua peça para diferentes regiões da Coreia, na esperança de que a vontade de libertar seu país consiga alcançar quem assiste. 

 

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OPINIÃO

Quando encontrei Louvor à Morte no catálogo da Netflix, estava procurando algo diferente da estrutura típica dos dramas coreanos (16 episódios e, em sua maioria, carregados daquela comédia que alivia as tensões). Ao contrário, queria alguma coisa mais madura e, principalmente, breve.

Com isso em mente, resolvi dar uma chance ao drama e assisti ao primeiro episódio. De início, já fiquei bastante impressionada: a história começa pelo fim. E, se preparem, como ele é triste. Não sei se acontece com vocês, mas sempre sou enganada pelas descrições que a Netflix dá sobre as séries e os filmes. Com Louvor à Morte não foi diferente. Sabia que tinha um teor Romeu e Julieta, mas não imaginava o quanto!

Além disso, acrescentando mais lenha à minha surpresa, estava o fato de que eu não fazia ideia de que essa é uma história real. Que realmente aconteceu. Que esse casal existiu e viveu algo tão trágico.

Esse fato sozinho me trouxe uma experiência completamente diferente em comparação com quem viu o drama sabendo da história do casal. Primeiro, estava o fato de que, infelizmente, alguns aspectos da história da Coreia, e da Ásia como um todo, não alcançam o Ocidente do modo que deveriam e, como consequência, nós não fazemos ideia da quantidade de fatos e histórias que perdemos. Segundo, passei a assistir os episódios seguintes como uma esponja, absorvendo todos os detalhes possíveis e abraçando o sentimento agridoce que a história deixa.

A fotografia é impressionante, replicando uma época em que já se percebia a globalização na sociedade, criando uma mistura de elementos tradicionais asiáticos (a arquitetura e os trajes típicos) e aspectos ocidentais (os figurinos, a tecnologia).

Outro ponto de destaque é, com certeza, a atuação dos protagonistas. Sei que o Lee Jong Suk é um queridinho no meio dos fãs de drama, eu inclusa, mas ninguém conseguiu ofuscar a atuação brilhante da Shin Hye Sun, que me fez sofrer todas as vezes que a Yun Sim Deok sofreu.

Todavia, meu aspecto favorito do drama foi a trama. Claro, isso provavelmente foi uma consequência do meu choque ao saber que é uma história real. No entanto, dramas históricos sempre me interessaram e foi a primeira vez que vi um que se passa justamente em um período da história da Coreia que tenho muita curiosidade em saber mais. Ademais, o modo como a direção encerrou a série, de uma forma delicada, me pareceu um meio de mostrar respeito à história desse casal.  

Não tenho como saber até que ponto os fatos são fatos ou licença poética, mas, independente deste detalhe, a história é bonita, de um jeito sensível, com a profundidade e complexidade ideal para 3 episódios. Inclusive, esta duração, para essa história, foi perfeita. Não sei se teria o emocional necessário para encarar 16 episódios sobre a vida desse casal, acompanhando o sofrimento deles aos poucos. Prefiro sofrer de uma vez, haha.

 

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Onde assistir?

Netflix