Sete Anos de Escuridão
Autoria: Jeong You-jeong
Editora: Todavia
Ano de lançamento: 2022
ISBN: 6556922587 / 978-6556922584
Gênero: Suspense; Thriller; Mistério; Policial; Psicológicos
Páginas: 416
Confira a resenha do livro Sete Anos de Escuridão, mais uma história sensacional que Jeong You-jeong presenteia aos fãs de thrillers.
A AUTORA
Jeong You-jeong é uma escritora coreana conhecida por seus thrillers emocionantes. Mesmo com bastante suspense e descrições pesadas, ela consegue colocar questões do cotidiano que o leitor possa se identificar em algum momento de seu dia-a-dia, como por exemplo os relacionamentos paterno e materno ou a forma como enxergamos a vida.
Com essa escrita sentimentalista, ela não trata os crimes que descreve apenas por como ações que normalmente prendem a atenção de quem lê ou ouve. Ela consegue transformar tudo em algo significativo e com uma lição por trás.
Desde O Bom Filho já tinha notado que a autora é bastante detalhista e investigativa. Ela se atém aos fatos e aos detalhes das questões envolvidas em seus livros e neste não foi diferente. Formada em enfermagem, a autora traz seu conhecimento para as páginas, transformando a imaginação do leitor em um filme. Além disso, sempre faz questão de conhecer e entrevistar profissionais que possam a ajudar a criar seus personagens.
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Em Sete Anos de Escuridão You-jeong foi além e criou uma cidade e uma represa fictícia, conseguindo passar muita realidade em suas descrições sobre o funcionamento do sistema de segurança. Represas, por si só, são construções bastante perigosas e que desafiam a natureza. São controladas pelas mãos humanas e por máquinas, que sempre estão suscetíveis ao erro. Isso, somado aos mistérios da própria história, torna o livro cativante.
A HISTÓRIA
Sete Anos de Escuridão é mais uma história sensacional que Jeong You-jeong presenteia aos fãs de thrillers.
No livro, o fato que sabemos é que Choi Hyunsuk está preso e sentenciado ao corredor da morte. Sowon, filho de Hyunsuk, se vê perdido, mas amparado por Ahn Seungkwan, ex-empregado de seu pai e, agora, seu tutor. Através de um manuscrito que recebeu misteriosamente, o menino — e os leitores — começa a ter uma ideia do que de fato aconteceu com seu pai e se deve ou não ter ressentimentos pelo mesmo.
Sowon é o nosso protagonista e, com ele, vamos descobrindo os acontecimentos de um assassinato que ocorreu há 7 anos, baseados nas perspectivas de três personagens diferentes, com o narrador em terceira pessoa.
OPINIÃO
Só tive a oportunidade de ler apenas dois livros da autora — por enquanto —, e em ambas produções algo me incomodou: apenas protagonistas homens. A princípio, isso é algo que noto, independentemente da produção. Seja uma série, filme ou até mesmo livro, me atento a isso e em como as mulheres são tratadas e representadas.
Por Jeong You-jeong ser mulher e muito inteligente, por sinal, venho refletindo sobre motivo por trás de seus personagens serem homens e terem posições e ações tão problemáticas em relação às mulheres que rodeiam suas vidas. Claro que isso é uma opinião pessoal e pode ser que a autora não teve esse intuito, mas acredito que a razão de alguns de seus personagens falarem das mulheres com tanto desdém é proposital para criarmos um ranço ainda maior por eles.
Outra questão que não me atrai muito em livros é quando os capítulos dividem-se em pontos de vista dos personagens, pois para mim isso tira a pulguinha atrás da orelha que o leitor fica em imaginar o que determinado personagem possa estar pensando. No geral, alguns p.o.v. acabam por entregar o mistério que o autor poderia deixar no ar. Mas é claro que sempre há exceções e, em minha opinião, “Sete Anos de Escuridão” foi uma delas.
Mesmo o livro já começando com o leitor sabendo o final da história, a narração em terceira pessoa com os pontos de vista revela de maneira não cronológica os fatos que sucederam o fim, me fazendo terminar uma parte da história já querendo saber a próxima. Além de não ser na ordem exata que os fatos ocorreram, tudo é esclarecido aos poucos e descobrimos as coisas “em tempo real”, junto com o protagonista do livro.
O livro possui poucos capítulos e os p.o.v. dividem-se por parágrafos, ou seja, não há como distinguir o personagem narrado com títulos ou subtítulos, só com a atenção do leitor. Particularmente prefiro livros com vários capítulos curtos, pois quando preciso fazer uma pausa, a sensação de parar no fim de uma seção é melhor que no meio. Poderia ser um dos pouquíssimos pontos “negativos” — bem entre aspas — de “Sete Anos de Escuridão”, mas, por incrível que pareça, pelo fato de não ter essas divisões e especificações, a leitura se tornou fluida.
Além das descrições, seus diálogos são muito inteligentes e, facilmente, me fizeram imaginar atores de verdade ali interpretando os personagens. A sensação e as metáforas usadas para retratar certas situações vivenciadas me levavam a uma cena de um filme ou série.
Quem está acostumade a consumir thrillers e policiais, automaticamente já prediz os fatos e vai ligando os pontos, revelando o mistério antes do autor. Porém, não consegui fazer isso com essa história e foi o que me fez colocar mais uma estrelinha para tomar o livro como uma experiência a ser vivida e trazer ela para vocês!