4/10

Fuga da Meia-Noite

Título original: Midnight / 미드나이트

Ano de lançamento: 2021

Direção: Know Oh-seung

Duração: 103

Gênero: Suspense; Thriller

Plataformas atendidas: Telecine

Sinopse: Kyung-mi, uma jovem surda, testemunha um dos ataques do serial killer Do-sik. Agora caçada pelo criminoso, ela se envolve em um perigoso jogo de gato e rato que também ameaça sua mãe.

Fuga da meia-noite ou Midnight é o filme debut do diretor Know Oh-seung, protagonizado por Wi Ha-joon (Round 6) e Jin Ki-joo (Me Abrace). O thriller mostra a angústia de Kyung-mi, uma mulher surda e muda que testemunha um homem, chamado Do-sik, cometer uma tentativa de assassinato.

Percebendo o deslize que cometeu, Do-sik decide resolver a situação perseguindo a testemunha e, friamente, “brinca” com sua próxima vítima ao descobrir que ela não ouve e nem consegue gritar por socorro. A tensão do filme está centrada na frustração pela vítima, aparentemente, possuir uma desvantagem em relação ao serial killer.

resenha fuga da meia noite

Para mim, a atuação de Ki-joo fez o filme inteiro ao retratar, de forma coerente, algumas vivências que uma pessoa surda e muda pode ter. Ao assistí-la, o telespectador sente o mesmo desespero da personagem e torce para que ela consiga escapar ou punir o assassino que a persegue.

A produção se passa em apenas uma noite, então é um pouco mais de uma hora e meia de perseguição e violência. Infelizmente, não é sempre que Kyung-mi consegue escapar das mãos sádicas de Do-sik e algumas cenas podem ser bastante pesadas por retratar agressão física. A premissa me lembrou “Hush: A Morte Ouve” (2016) do cineasta Mike Flanagan, filme estadunidense que fãs do gênero suspense provavelmente já assistiram ou ouviram falar.

Confesso que minhas considerações sobre Fuga da Meia-noite não são tão positivas. Filmes do gênero, principalmente os que envolvem assassinos em série, são os que mais me atraem, então minhas expectativas eram altas. Achei que Know Oh-seung me entregaria uma coisa e o que recebi foi outra. 

Tirando a ótima interpretação da atriz Jin Ki-joo, o desenrolar da história me deixou muito frustrada, pois mais uma vez a polícia coreana é retratada como inútil. É um estereótipo saturado que costumo perceber em outras produções, mesmo que mostre certa realidade. Porém, neste filme, os erros e deslizes eram tão óbvios de serem resolvidos, que chegou ao ponto de ser mal roteirizado.

Determinado ponto da perseguição de “gato e rato” dos protagonistas, ambos acabam no centro da cidade, um lugar bastante movimentado. A expectativa do telespectador é posta no ápice para que a vítima, finalmente, consiga ajuda e o criminoso seja pego. Porém, os compassos emocionais que acontecem para envolver quem assiste são quebrados de uma forma que atrapalha o entretenimento. Ou seja, o rompimento da expectativa é tão grande que é aborrecedor.

resenha fuga da meia noite

Outra questão que me deixou desapontada foi a atuação de Wi Ha-joon, não pelo ator interpretar mal, mas porque seu personagem não foi convincente. Dado sua participação em Round 6, esperei me surpreender com Do-sik em Fuga da Meia-Noite, mas não consegui me deixar levar pelo psicopata retratado por ele.

Não é um filme que eu recomendaria para alguém que está acostumade a ver produções de suspense ou policial, mas vale a pena assistir “apenas por assistir”. Um filminho bem Tela Quente, sem muitos aprofundamentos e desdobramentos.

Menção honrosa para a cena do machado que, sendo proposital ou não, me lembrou “O Iluminado”.