Daughters tem de tudo para ser, nos primeiros minutos, uma série clichê sobre adolescentes que frequentam o colégio, porém é um anúncio para a tragédia, mostrando as histórias de cinco adolescentes de uma forma real e crua.
Atenção! Esse lakorn pode ter gatilhos por abordar temas como uso de drogas, violência, abuso, suicídio e automutilação.
Daughters
Título original: เสียดาย
Roteirista(s): Khom Kongkiat Khomsiri, Titipong Chaisati, Yosapong Polsap, Kunakorn Sethi, Preayaporn Boonpa
Direção: Srikhumrung Yukol Rattakul
Episódio(s): 24
Ano de lançamento: 2020
Estúdio: iQIYI e PPTV
Plataformas atendidas: iQIYI
“O único remédio para eles é a amizade que ajuda a desfazer seu trauma. Eles deixam todos os seus problemas para trás e criam seu próprio mundo no qual as drogas lhes dão a saída, e ao longo desse caminho eles são confrontados com seus destinos juntos.” (Fonte: iQIYI)
HISTÓRIA:
Daughters traz as histórias de cinco adolescentes: Pu e Ngoh, que se mudaram há pouco tempo para Bangkok, Pam e Duean que são parentes e Yok. Todos têm suas vidas com problemas que começam através das suas famílias negligentes. Os cinco aos poucos se encontram e constroem uma amizade, a qual é fonte de energia para conviver com seus conflitos familiares. Para deixar seus problemas no passado, a única saída que encontraram foi construir um mundo só deles e as drogas para acalmar, até que se torne um problema trágico e sem volta.
PERSONAGENS:
Kwanruedee Usman / Pu
Pu (Kitty Chicha Amatayakul) é esperançosa, dedicada, vive em uma cidade do interior e está ansiosa para morar com a mãe, que tem outra família, em Bangkok. Após conseguir ir para capital, ela faz de tudo para poder agradar sua mãe.
Kanda Pokthim /Ngoh
Ngoh (Chayanit Chansangavej), assim como Pu, é nova na cidade se mudou com sua família para montar um restaurante. Ela é a filha mais velha, obediente com seus pais e convive com o alcoolismo de seu pai, que muitas vezes causa problemas em casa.
Narinphon Phianthamdee / Pam
Pam (Ploynarin Sornarin) é uma menina dedicada aos amigos, alegre e divertida, tem um pai policial rigoroso e esconde dele que sua mãe aposta. Ela tem um amigo mais velho, Joe, que muitas vezes anda por fora das leis. Pam é o elo que mantém a amizade entre os cinco.
Dueanchai Naruthairat / Duean
Duean (Praew Praewpannarai Sansanapitayakorn) e sua família moram no mesmo prédio da Pam. Ela é esforçada e tenta ser um pouco mais adulta, por ser a filha mais velha. Ela e sua mãe tentam manter a casa após seu pai sofrer um acidente grave.
Korawit Limprasert / Yok
Yok (Natouch Siripongthon) é o último a se integrar no grupo, gosta de dançar, tem uma energia alegre e contagiante. Além disso, sua mãe o tenta ajudar com seu pai agressivo e homofóbico.
OPINIÃO:
Esse é um lakorn que retrata de uma forma sensível, e ao mesmo tempo crua e densa, a realidade de vários adolescentes. A trama sabe exatamente como mexer com as emoções de quem está assistindo. Por isso não é recomendado para pessoas mais sensíveis e que tenham gatilhos.
Daughters tem uma trama pesada, imersiva e nos faz temer pela inocência e ilusões dos protagonistas. Apesar de ser uma história carregada, o diretor soube muito bem brincar com a dinâmica dos momentos tranquilos, alegres que nos divertem, e numa reviravolta trazer os momentos de tensão, sofrimento e dor. Até porque, como um retrato da vida, não é só preto e branco, tem todo um espectro de cores e tonalidades a se viver e todos são retratados.
Não é difícil de se identificar em algo ou se relacionar com os personagens. As situações apresentadas são tão realistas que a grande parte do tempo poderia ter tido como cenas de documentário.
A representação dos personagens foi praticamente ótima, todos foram mostrados de uma forma natural, na visão de uma adolescente e não de um adulto, apesar de eles terem que aprender a amadurecer muito mais rápido. O único adendo é a construção do personagem Yok, que não foi muito além de ser pautado em ser um adolescente assumidamente gay. Ele é ignorado e humilhado pela pessoa que gosta e ainda tem que lidar com um pai homofóbico. As meninas tiveram suas histórias muito bem exploradas, porém faltou muito a desenvolver o Yok, que foi praticamente um coadjuvante.
A química entre os atores funciona muito bem, mostra uma amizade unida e sincera, apesar de dar uma balançada forte. Não para só na tela, o espectador entra de uma forma intensa na história e quando se dá conta, está sofrendo, se divertindo, dando risada, ficando apreensivo e discutindo o rumo em que estão levando suas vidas, torcendo para que no final tudo acabe bem.
Daughters faz com que o público pare para pensar nos relacionamentos familiares, como os conflitos e problemas podem afetar os filhos, os adolescentes e as consequências disso.
Texto por Vivi | Revisão por Fran | Equipe de Redação da K4US
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