Há um tempo atrás um amigo, que é muito fã do rapper Eminem me mandou uma música chamada “stan” para eu ouvir. O clipe retrata um fã obsessivo que matou sua esposa e depois se matou, porque seu ídolo não respondia suas cartas. Claro que não estamos aqui para falar do Eminem, mas não pude deixar de achar curioso o porque nós, kpoppers, aderimos tal palavra para nos representar como fãs. Eu mesma, por exemplo, vivo falando “sou muito stan de tal grupo”. Me fez refletir um pouco sobre nossas ações tanto com o idol que nós gostamos, quanto com os outros fandoms.
Sobre nossas ações com os idols, recentemente ocorreu uma situação que me deixou preocupada em relação ao k-pop (lembrando que aqui neste post me refiro ao k-pop, pois é do que se trata nosso site e nosso público alvo: pessoas que consomem a cultura pop sul coreana). Nesta quarta-feira, dia 22 de novembro de 2017, aconteceu o fansign + showcase do BLANC7, no Rio de Janeiro. Os meninos são super simpáticos e acessíveis e acho que nunca tinha visto ou ouvido falar de um grupo que tivesse gostado tanto do Brasil como os sete. Porém, quando uma menina decidiu subir no palco e agarrar todos os membros que estavam lá, a alegria toda acabou. Além de vermos o desespero de toda a equipe, me despertou um pensamento de que, a partir do momento que situações como essas acontecem, só afasta mais os artistas de nós, fãs. Eles deram tamanha liberdade para o público, porém uma única exceção passou desse limite. O limite é o respeito. Respeito é uma ação que todo ser humano merece e deveria exercer para conviver bem em sociedade. Mas para não me alongar muito nessa questão do assédio com os meninos do BLANC7, o ponto que queria chegar aqui é com esse verbinho mágico: respeitar.
Por gostarmos muito de um determinado grupo, por exemplo, queremos sempre estar demonstrando de alguma forma nosso amor por ele. Dedicar-se nos votos e views para seu grupo favorito ganhar um determinado prêmio, comprar produtos oficiais para ajudá-los a crescer na empresa e terem mais visibilidade e, mesmo se você não puder gastar seu tempo com os views e seu dinheiro com álbuns, só o fato de você gostar das músicas e ouvi-las já é um apoio e tanto. A questão é até onde vai o “apoiar”.
Que todo fandom tem brigas a gente já tá cansado de saber. Seja por filmes (star wars x star trek), por comida (bolacha x biscoito) e na indústria musical (apop x kpop), vemos pessoas defendendo com unhas e dentes os motivos de gostarem de determinada coisa ou artista. E é claro que cada um considera seu artista favorito o melhor do mundo, e estão certos em achar isso, afinal, se somos fãs, é porque gostamos muito e admiramos o trabalho de quem quer que seja. Devemos sim dar nosso apoio e ajudá-los a crescer, independente da área que ele ou ela atue. Porém, querer impor ao outro que goste da mesma coisa que você gosta é quebrar a barreira do respeito. Criticar fandoms alheios não vai fazer seu artista favorito ser melhor do que outro. Só vai mostrar que você é uma pessoa intolerante e que não aceita outras opiniões.
Se essa coisa toda de briga não podia piorar, além de existirem brigas entre fandoms diferentes, há aquelas dentro do mesmo grupo de fãs quando o assunto é “shipp“, por exemplo. Se os idols conseguem se dar super bem com os de outras empresas, porque nós, fãs, não podemos aceitar isso e respeitar uns aos outros? A indústria do k-pop é imensa e sabemos que há votações e premiações que vão definir a popularidade e a visibilidade de um grupo ou artista, mas vocês sabiam que o Bang Si-Hyuk, fundador da BigHit, era um produtor e compositor da JYP? Da mesma forma que o Park Jinyoung, fundador da JYP, é super amigo do Yang Hyun-Suk e os dois são jurados de diversos programas de audiência juntos.
Vamos todos nos abraçar! Podemos sim ser stan de mais de um grupo, podemos sim ter mais de um bias e shippar quem a gente quiser shippar, mas respeitando o coleguinha sempre viu?