Nos últimos meses, o Brasil abraçou com força os casais de BLs tailandeses e todo esse amor foi traduzido, dentre outras formas, em vários fanmeetings dos atores por aqui. Mew, Pavel, Pooh, Nut, Jimmy e Sea foram alguns dos nomes que pisaram em solo brasileiro recentemente. E, de fato, os nomes tailandeses de cada um deles chamaram bastante atenção, né?

Para os tailandeses, certas letras, números e palavras podem carregar sorte ou azar. Por isso, pais costumam consultar astrólogos e cartomantes para alinhar a hora e a data de nascimento do filho com um nome que traga boas energias. O resultado? “Suppasit Jongcheveevat” (nosso querido Mew), ou seja, nomes longos, complexos e, acima de tudo, únicos. Sim, minha gente, é muito difícil um tailandês ter xarás. 

Além disso, tailandeses também acreditavam que um espírito maligno seria capaz de machucar uma criança se soubesse seu nome completo. Para contornar a situação, os apelidos foram criados. Então, ao invés de dar à criança um primeiro nome complexo e longo, os pais optam por um mais simples, de uma ou duas sílabas, que pode ser relacionado a características físicas, animais, um nome estrangeiro ou criado direto das vozes da cabeça dos pais. 

No fim, esse apelido serve a dois propósitos: simplificar o dia a dia e oferecer proteção.  Dessa forma, retomando nosso querido, Suppasit Jongcheveevat é, na verdade, Mew Suppasit Jongcheveevat.

E os sobrenomes?

Diferente dos nomes e apelidos que já são práticas bem estabelecidas na Tailândia, o sobrenome é algo recente. Seu uso de forma obrigatória aconteceu em 1913, por meio do “Ato de Nacionalidade Tailandesa”, ou o “Ato do Sobrenome”. Isso exigiu de todos que viviam de forma permanente no país a adoção de um sobrenome, mas confundiu a população. Como a prática era incomum, muitas famílias optaram pelo mais simples e inventaram um nome a partir da seleção de palavras com significados positivos. 

Outro ponto importante do ato é a imposição de que cada sobrenome seja único. Então, cada família montou o seu e o registrou perante o governo, mas caso o escolhido já tenha sido adotado, a família seria obrigada a modificar o sobrenome. No caso do Mew, por exemplo, se “Jongcheveevat” já tivesse sido escolhido, a família do ator teria que optar por algo similar, mas inexistente, como “Jongcheveevatpong”.

A longo prazo, surge uma Tailândia onde é muito difícil encontrar o mesmo sobrenome em outra família. Quando isso acontece, é bastante provável que as pessoas dividam algum grau de parentesco. Outra consequência foi o alongamento progressivo dos sobrenomes, algo que o país tentou tangenciar com o “Ato do Nome da Pessoa”, em 1962, que limitou o comprimento desses nomes. 

Hoje em dia, um tailandês ainda é obrigado a ter um sobrenome único, mas este não pode ultrapassar o limite de 10 palavras, com exceção de símbolos de vogais e acentos. Meio x/twitter, né?