Às vésperas do Mês do Orgulho, o Governo Metropolitano de Seul vetou a realização do Seoul Queer Culture Festival em uma praça do município, em favor ao grupo religioso cristão CTS Culture Foundation, que também solicitou o uso do mesmo espaço. O veto foi dado na primeira semana de maio e Holland, famoso cantor gay da Coreia do Sul, utilizou suas redes sociais para se manifestar contra a decisão na tarde deste domingo (14).
“Eu acredito que esta decisão feita pelo Governo Metropolitano de Seul está ilegalmente e injustamente forçando a saída das minorias LGBTQIA+ dos espaços públicos. Nós deveríamos analisar de forma detalhada a maneira na qual o Comitê de Organização do Seoul Plaza tomou essa decisão e em se os membros do comitê foram preconceituosos para serem apenas a favor de uma religião em particular”, afirmou o cantor.
Na mesma publicação, o cantor destaca que nas últimas décadas a comunidade LGBTQIA+ conquistou muitos direitos ao redor do mundo, como a descriminalização da homoafetividade e reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na Coreia do Sul, inclusive, um casal homoafetivo em fevereiro teve seus direitos reconhecidos pela Justiça, dando validade jurídica ao casamento.
“Os direitos LGBTQIA+ mostraram mudanças muito significantes nas décadas recentes, assim como muitos países legalizaram a homossexualidade e reconheceram que a orientação sexual é totalmente algo relacionado às características que englobam os direitos humanos, assim como as questões raciais. Essas mudanças estão ajudando indivíduos LGBTQIA+ a usufruírem do direito e da oportunidade de serem oficialmente reconhecidos”, disse o cantor em outro trecho da publicação.
As comemorações do Seoul Queer Culture Festival estavam previstas para 22 de junho e se estenderiam ao longo de 17 dias, com encerramento no dia 1º de julho com a Parada. A solicitação do comitê organizador do festival, entretanto, foi vetada pelo governo municipal que concedeu autorização ao CTS para realizar o “Restoration Concert” (Show de Restauração, em tradução livre) nos dias 30 de junho e 1º de julho.
Apesar do veto, uma das organizadoras do festival, Yang Sun Woo, afirmou ao Washington Post que o evento ainda será realizado na data prevista e classificou a decisão como discriminatória. “Injustamente, nos foi negado o acesso a um espaço público onde a comunidade LGBTQ da Coreia do Sul celebrava o seu orgulho durante o verão por anos”, afirmou.
Texto por Jolu | Tradução por Annyie | Equipe de Redação e Tradução da K4US
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