Desde que estreou como solista após o fim do I.O.I, Chungha tinha tudo para se tornar uma das maiores cantoras solo do k-pop. Ela facilmente poderia ter se tornado a BoA para essa geração, mas havia um grande impedimento: sua própria empresa, MNH Entertainment. Agora, com o fim do contrato, a cantora pode finalmente ir para uma empresa que a mereça.
Em uma carta publicada por Chungha no Fancafe no último sábado (29), a má gestão da MNH se tornou explícita mais uma vez, com a confirmação de que a cantora foi impedida de lançar a segunda parte do excelente “Bare&Rare”, cuja primeira parte foi lançada em 2022, e sequer pôde contestar a decisão da empresa. Ainda sem uma nova gravadora, entretanto, ela pretende lançar a nova parte do disco em algum momento.
“Ao receber a notícia de que eu não poderia lançar o álbum, eu não pude contestar. Só pude esperar até que a notícia fosse entregue oficialmente aos byulharangs por meio da empresa. Eu realmente sinto muito por não cumprir minha promessa a todos que estavam esperando pela parte dois do álbum”, se desculpou.
A carta completa pode ser lida aqui.
Apesar de afirmar na carta que deixar a MNH foi uma decisão difícil, a cantora não cansou de mostrar em público sua insatisfação com a empresa, com quem deu início ao contrato em 2015. Em agosto de 2022, por exemplo, ela afirmou durante uma transmissão ao vivo no V que gostaria muito de sair em turnê e, em tom de brincadeira, que também gostaria de sair da MNH.
A empresa não merecia Chungha. Pegando como exemplo o primeiro álbum completo da cantora, “Querencia” não teve a total atenção necessária. Tivemos pré-singles excelentes como “Stay Tonight”, “Dream of You” e “Play”, mas quando chegou o momento de promover o disco, a empresa falhou. Foram artes de divulgação com o nome errado do álbum e vendas do disco físico para fora da Coreia temporariamente canceladas.
Com o próximo álbum completo, “Bare&Rare pt.1”, também houve caos. Em meio a divulgação de “Sparkling”, Chunga descobriu que algumas selfies de promoção da canção simplesmente não estavam sendo postadas por sua empresa ‒ o que a levou a postar pessoalmente todas de uma vez. Na época, ela se demonstrou bem chateada com a situação durante uma transmissão ao vivo.
Tudo isso, fora os longos períodos de hiatus entre um comeback e outro que a gatinha sofreu. Não que Chungha não tenha ficado sem lançamentos entre os seus álbuns completos, mas OSTs e alguns feats não são o suficiente para manter a imagem da artista fortalecida suficiente para que os seus principais lançamentos tivessem um apelo maior para o público além dos fãs.
No geral, isso é um problema de todo o k-pop. Devido a falsa necessidade de urgência que o gênero criou, se um grupo ou solista de k-pop demorar para fazer um comeback, é difícil que ele mantenha atenção do público. Se não são artistas com carreiras muito bem consolidadas, o fandom não é suficiente para dar um bom retorno para as empresas que acabam investindo cada vez menos nos seus próprios artistas até que eles encerram seus contratos.
No fim, a saída de Chungha da MNH é uma excelente notícia, pois assim ela finalmente pode ir para uma empresa que a mereça. A gatinha já mostrou ao longo de seis anos como solista que não há ninguém como ela no mercado sul-coreano. Ela precisa ser resgatada por uma boa empresa, que além de recursos, tenha uma boa gestão, e nós precisamos da segunda parte de “Bare&Rare”.
Texto por José | Revisão por Annyie | Equipe de Redação da K4US
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