Cadê os fãs de reality show de plantão? Que o k-pop é tomado por realities para a formação de novos grupos não é surpresa, basta lembrar que o Twice e o Ikon, por exemplo, foram estabelecidos assim. Mas os mais famosos e aclamados, seja por coisas positivas ou não, shows de sobrevivência entre trainees são aqueles vindos da Mnet, desde a famosa franquia do “Produce” até a atual linha “Planet”, que conta com duas edições até o momento: o “Girls Planet” e o “Boys Planet”.
Este último foi o reality de 2023 que trouxe surpresas inesperadas aos fãs de franquias de competição, como o fato do Zhang Hao ser o primeiro trainee estrangeiro a ocupar o primeiro lugar na final de um programa da Mnet, tornando-se center do grupo ZEROBASEONE (ZB1).
Só que a vida de reality para os trainees é uma faca de dois gumes porque enquanto nove, neste caso, conseguiram assinar um contrato para o debut, outros noventa participantes retornaram às suas antigas realidades: ou aos seus grupos originais ou ao cansativo treinamento das empresas, na esperança de uma estreia próxima.
Foi aí que eu comecei a sonhar em me tornar um idol onde pudesse mostrar todas as coisas que amava, que eram fazer rap, dançar e cantar no palco.
Lee Jeong Hyeon, membro do EVNNE, sobre seu sonho à revista “Quem”.
Os sete membros do EVNNE – Keita, Han Bin, Jeong Hyeon, Seung Eon, Ji Hoo, Jung Hyun e Yun Seo – não foram aclamados com uma das nove cadeiras destinadas aos trainees que formariam a nova geração de grupos masculinos da Mnet. Só que isso não os impediu de sonhar e conquistar a oportunidade de debutar em um novo grupo que os permitisse demonstrar seus talentos aos seus apoiadores desde o programa, além de trazer uma nova onda de esperança aos trainees que acabaram no mesmo destino.
E por que é tão importante falar sobre esse assunto? Os consumidores antigos desse universo sabem muito bem que a vida de treinamento nas empresas não é fácil e isso se mantém como uma realidade incessante. No entanto, os reality shows de sobrevivência passaram a representar um fio de esperança para o seu fim, pois oferece, simultaneamente, o nascimento de um novo momento em sua vida por abrir novas oportunidades para idols, que buscam por um sucesso estável na indústria.
Terazano Keita, membro do EVNNE, não é estranho para os fãs ávidos da YG Entertainment, tendo se destacado anteriormente no “YG Treasure Box” com suas habilidades de composição e rap. Para o público geral, no entanto, sua introdução pode ser o “Boys Planet”, uma das estratégias da RAIN Company para ampliar a visibilidade de seu grupo original, o Ciipher. Essa tática, quando bem empregada e combinada com um comeback, se revela como um plano perfeito para atrair novos fãs, capitalizando a relevância durante o programa.
Escolho enfatizar a trajetória do Keita por um propósito: ele é um dos membros que personifica a esperança que o EVNNE representa para os trainees que buscam seu almejado debut. Minha conexão com Keita é do antigo reality da YG e a incerteza sobre sua carreira, depois de não entrar no grupo final, foi algo que pairou sobre minha mente por um bom tempo. Ao reencontrá-lo no “Boys Planet”, uma vez que não conhecia o Ciipher ainda, meu afeto e curiosidade sobre ele e Park Han Bin foram tão intensos que me fizeram acompanhar o programa, resultando em uma frustração com o desfecho ao não vê-los no grupo final.
Mesmo assim, Keita e Han Bin se destacaram tanto que era impossível não torcer para que alcançassem mais do que somente uma “simples” participação no programa, principalmente Han Bin, que ainda não havia debutado. O anúncio do EVNNE não poderia ter sido mais empolgante, pois demonstrava que tanto o público quanto as empresas reconheciam que esses talentos mereciam os holofotes, não escondidos novamente em salas de ensaio. O próprio nome do grupo, “Evening’s Newest Etoiles” – “novas estrelas do céu noturno”, em interpretação livre -, simboliza a união de talentos brilhantes em busca do sucesso, inspirando outros a seguirem no mesmo caminho.
Espero influenciar muitas pessoas através da nossa música, sejam elas felizes ou tristes, e também espero que a nossa música possa ser influenciadas por elas também.
Park Han Bin, membro do EVNNE, à revista “Quem”.
A formação de um grupo pós-programa, que não tenha sido o finalista, revela que o seu término não implica no fim da jornada de um sonho, uma vez que alcançar as cadeiras não é a única rota viável. Essa oportunidade sugere que o sonhado debut pode ser realizado mesmo após o programa, permitindo que esses ex-trainees, agora idols, permaneçam nos palcos cativando o público e inspirando futuros companheiros da indústria.
Keita foi um dos membros que enfrentou um dos lados da jornada de realities, aquele de quem fica, mas ainda persistiu na busca do sucesso, mesmo sem atingi-lo durante o ápice da final do programa. No entanto, com o debut do EVNNE, o desfecho adquire um novo significado para ele e os outros trainees, demonstrando a possibilidade de diversos caminhos a serem trilhados na busca de um incansável sonho. O reconhecimento do público e das empresas, baseado no esforço e talento mostrados durante o programa, deixa claro que a oportunidade, ainda que rara, de assinar o desejado contrato para o debut é viável mesmo sem a vitória do programa, conseguindo ingressar na jornada de ser um idol.
O EVNNE está nela desde setembro do ano passado, quando debutaram com o excelente mini álbum “Target: ME”, contando com a energética title “TROUBLE”, que representa a ideia do grupo em fazê-los o alvo que o público quer, enquanto demonstram seus diversos talentos.
O grupo continua na jornada para o sucesso com seu segundo mini álbum, “Un: SEEN”, que será lançado no próximo dia 22 de janeiro. Ao contrário de sua primeira title, onde entregaram uma imagem mais carregada de “bad boys”, eles pretendem demonstrar a dualidade entre seu exterior e interior, denominado de “unseen” – “despercebido”, em tradução livre. Então não percam a chance de dar uma olhada no lançamento e conhecer cada vez mais o talento do grupo!