Depois dessa entrevista a pergunta que fica é: o que o EVE não faz? Conheça mais sobre o grupo de b-pop que faz TUDO – composições, montagem de cenários para MVs, e ainda sonha com um feat. com a Gloria Groove!


Você certamente já ouviu falar delas. Mas se ainda não rolou, está no lugar certo. É hora de falar sobre o EVE. E melhor, falar com o EVE!

Em entrevista exclusiva à K4US, o quinteto de b-pop deu um show de honestidade e dedicação. As meninas abriram para o público não apenas suas inspirações (alô, Gloria Groove!), sonhos e conquistas, mas também os corres e dificuldades enfrentados por artistas brasileiros da cena pop independente.

Não tem muita intimidade com o EVE? Aqui vai uma revisão básica: o grupo segue moldes muito semelhantes aos da indústria do K-Pop, e, inclusive, debutou após um reality show, que detalhou a rotina de ensaios das meninas e sua preparação para a estreia. Elas estrearam como um projeto temporário, em 2018, e o grupo contava com a participação de Thais Genaro e Thais Midori. Em 2020 as influenciadoras se tornaram integrantes honorárias do grupo, que se tornou um quinteto fixo.

E o EVE faz tudo: como funciona a produção do grupo?

Uma característica marcante do EVE são as suas músicas empoderadoras, característica que também se reflete em MVs de atitude. E não é diferente com POWER, último lançamento do grupo, que veio para impressionar. 

Em um papo exclusivo com a K4US, elas contaram que todas participaram ativamente da concepção do MV, e toda a produção do set de filmagens (incluindo a limpeza!). Segundo as artistas, marcar presença em cada parte do trabalho que envolve o EVE é uma característica delas. Algo que, naturalmente, inclui também a atuação nas composições do grupo.

“É uma mistureba”, resume Emma, sobre a forma como ela e suas colegas de grupo trabalham ao longo da elaboração das músicas. “Cada uma tem inspirações diferentes, artistas que ama, mas a gente pega a vontade e o sentimento, joga pra nossa realidade e nossas referências e faz acontecer.”

As músicas do EVE são bastante empoderadoras e passam mensagens importantes. Como é o processo de criação das músicas de vocês? Quais são as suas inspirações na hora de compor e de performar essas canções?

Anne:  Nossas inspirações na hora de compor são nossas experiências de vida, queremos cantar e performar o que desejamos expressar, gritar, dizer ao mundo! O processo de criação varia de música pra música, às vezes uma integrante traz praticamente pronta a música toda, outras vezes a gente começa com um brainstorming sobre um tema que queiramos falar e desenvolvemos a partir daí. 

Bela: O processo é normalmente bem engraçado e divertido, sempre estamos todas juntas e normalmente só funciona desse jeito, tem os seus momentos de estresse por causa da pressão, do tempo de entrega e perfeccionismo. As nossas inspirações pessoais são bem variadas, mas as que temos em comum, eu diria que somos nós mesmas, as mulheres incríveis com quem convivemos e artistas como Gloria Groove e o grupo de K-Pop Black Pink. 

Emma: Cada uma tem um processo de composição, um jeito de trabalhar que gosta mais, um lugar, uma situação que facilita ou não criar as músicas. Mas, em geral, a gente sempre tenta fechar um tema que todas nós sentimos uma ligação, e conseguimos falar sobre. Às vezes alguém tem uma parte maior na composição final, outra pessoa tem menos, mas todo mundo se ajuda. 

Gabibs: Eu acredito que todo o processo de criação é bem particular e cada menina tem sua situação, momento ou ambiente em que se sente mais confortável. Eu, por exemplo, sou melhor amiga do chuveiro e da minha cama Kkkkk. Mas primeiro nós nos reunimos e entramos num consenso do caminho que queremos pegar, como por exemplo tema, sentimentos, conceito que queremos transmitir, depois compartilhamos nossas ideias e a partir daí começamos a montar o esqueleto das nossas músicas! 

NACRIS: Geralmente o processo de criação é em conjunto. Quando estamos todas juntas acaba sendo bem rápido, às vezes terminamos uma música em um dia. Quase nunca temos conflitos criativos, e quando temos, sentamos e nos resolvemos bem, considerando que cada uma tem um grau diferente dentro do campo de composição. Nós sempre comentamos que a Glória Groove e a Iza são as nossas maiores inspirações dentro do Brasil.

 

Enquanto as músicas do grupo impressionam com suas letras e ritmo, os MVs sempre impressionam com a sua produção. E com Power não foi diferente… O MV é uma superprodução! Como vocês se sentiram quando pisaram pela primeira vez em uma locação tão elaborada?

Anne: Umas das locações, o Caos Bar, realmente é incrível, mal posso imaginar o trabalho que foi para decorar tudo. MAS A OUTRA LOCAÇÃO FOMOS NÓS QUE LIMPAMOS E ORGANIZAMOS huehue. Não posso deixar de reiterar esse ponto. Temos muito a agradecer a todas as parcerias e pessoas que nos ajudaram a encontrar as locações. Mas a nossa sensação foi de “ufaaaa, já deu muuuito trabalho, agora bora filmar!”.

Bela: Então, na verdade uma das locações do clipe era um galpão onde o pai de uma amiga nossa guardava um monte de coisas e o outro era o caos bar, um lugar super incrível e cyberpunk, foi muito legal gravar lá. Agora, como a outra locação ia ser demolida, o pai da nossa amiga cedeu pra gente gravar lá e fazer o que bem entender com as coisas kkkkk, então nós fizemos mutirões e fomos lá vários dias pra limpar e ver o que podíamos fazer e montar de cenário com os objetos e isso deu muito trabalho, nós tomávamos anti-alérgico por causa da grande quantidade de poeira.

Emma: Eu me senti preocupada com o tanto de coisa que a gente ia ter que montar Kkkk. Uma coisa sobre o EVE e a K.Ö. é que a gente participa de praticamente tudo! Desde o trabalho de fechar conceito, até procurar locação, adereços, itens de cenário… No caso de Power, eu fiz o trabalho de direção de arte, de pegar as ideias que tínhamos, destrinchar o conceito, montar mapas visuais de como ficaria cada coisa… A locação INCRÍVEL do galpão era um local abarrotado e super cheio de itens que nós limpamos, separamos, montamos… Agente põe a mão na massa, então nunca temos aquela sensação de surpresa total quando vemos (eu pelo menos sempre entro já pensando em montar luz ou arrumar prop de cena kkkk), mas é sempre uma delícia quando olhamos pra tudo, pra toda a equipe, pros figurinos e cenários e nos damos conta de que “cara, a gente junto bolou isso tudo. Que incrível”.

Gabibs: Todas estávamos bem preocupadas e ao mesmo tempo ansiosas KKKKKK. Preocupadas porque tínhamos MUITAS coisas pra organizar pro MV em tão pouco tempo. Queríamos que fosse perfeito, afinal, era nosso tão esperado comeback em 5. Depois de tantos pedidos para o EVE ser definitivo, nós finalmente estávamos tornando aquilo real, então TINHA que ser PERFEITO. Conseguimos as locações praticamente em cima da hora, a pandemia não ajudou nem um pouquinho kkkkkk, mas alguns contatos como o do Central Caos e da Patrícia Castro (quem disponibilizou o galpão do MV) foi o que nos salvou. Quando acabamos as gravações só restou uma imensa ansiedade pelo resultado.

Nacris: Foi surreal, ficamos super animadas! Era tanta opção pras cenas que ficamos até meio perdidas, porque literalmente qualquer cantinho ficaria perfeito pro MV. Com a ajuda da nossa produção também, e do Daniel Docko, o resultado não poderia ser melhor.

Eve no set de Power
créditos: reprodução insta/@oficial.eve

Em Power vocês vêm todas trabalhadas na atuação. Foi muito difícil incorporar suas personagens? Qual foi a parte mais divertida dessa atuação para o MV?

Anne:  Elas foram inspiradas em nós mesmas hehehe. Então bastou dar uma exagerada na nossa personalidade e nos inspirarmos em várias outras histórias de filmes e videogames para construir nossas personagens <3 

Bela: Na verdade acho que foi bem leve e suave o processo de criação de personagens, foi bem divertido pensar na personalidade, principais características e nomes. A parte mais divertida pra mim foi a cena de luta, porque nós estávamos abarrotadas de coisas pra fazer e esquecemos de ensaiar essa parte, então acabou sendo tudo feito na hora e não saiu do jeito que a gente esperava e foi bem engraçado kkkk.

Emma: A construção de cada personagem foi parte importantíssima pra fechar a paleta de cores, itens de figurino e cenários, então acabou saindo mais natural do que tudo, porque conversamos por HORAS sobre as características de cada personagem, o que tinha de semelhante com a gente, o que a gente ia ter que desenvolver… Particularmente falando, pra mim é geralmente difícil desligar a Emma diretora de arte da Emma na frente das câmeras. Mas foquei muito em treinar bastante em casa essa coisa meio doida da minha personagem, e em desligar o pensamento das outras funções que eu desempenho para focar na atuação. Queríamos que fosse o melhor clipe, e estávamos muito imersas, então as atuações ficaram muito satisfatórias! 

Gabibs: Pedi bastante ajuda pras meninas pra poder entender QUEM EU ERA ‘risos. Eu nunca tinha atuado assim, incorporado tanto numa personagem, então foi bem novo e bem diferente do que sou. Eu passei várias vezes as minhas cenas na minha cabeça, e no meu espelho, tentando imaginar como uma cientista genial cheia de revolta deve falar, como ela deve andar ou se expressar. E tudo isso foi bem divertido. Apesar de novo e de intimidador, foi bem divertido. E mais legal ainda foi poder assistir às meninas, deu vontade até de fazer um filme KKKK.

Nacris: Algumas integrantes já têm contato com a atuação. A Anne tinha até dado nome para a personagem, pra entrar no papel, quando nós nem tínhamos pensado nisso ainda. Facilitou quando sentamos para discutir sobre a personalidade delas [personagens] e sobre a história, e quando encontramos certas similaridades com as personagens também. No meu caso, foi muito difícil porque a K é muito diferente de mim, não temos quase nada em comum. A parte mais divertida foi quando todas as personagens interagiam umas com as outras nas cenas, com certeza.

“O maior desafio do EVE é ser um grupo musical de um selo independente”

As dificuldades e perrengues que muitos artistas enfrentam para viver da arte no Brasil não é novidade para ninguém. E para o EVE, que está inserido em um cenário com pouca abertura para grupos, não seria diferente. Além das dificuldades comuns aos artistas brasileiros, o grupo lida ainda com o fato de estarem em um nicho muito novo dentro do país: o b-pop. 

Ainda assim, muitas coisas mudaram para o EVE do debut até aqui, desde MVs com surpreendentes números de visualizações a shows em vários lugares do país. E agora o grande sonho do EVE é também seu atual maior desafio: alcançar um público maior.

A gente sabe que muitas vezes é difícil fazer e viver da arte no Brasil. Qual foi e qual tem sido o maior desafio do EVE dentro dessa realidade?

Anne: Ser reconhecido num mercado focado em mulheres solistas pop, com pouca abertura ainda para grupos. 

Bela: O nosso maior desafio, não sei se as meninas concordam, mas está sendo nos virarmos com o que podemos para a produção dos clipes. 

Emma: O maior desafio do EVE agora é sair da bolha onde somos conhecidas, sair do “anonimato” e ir pros grandes circuitos, onde grandes artistas brasileiros performam – que é o nosso objetivo. A KO nos ajuda muito, mas desde a pandemia tem sido difícil pôr as caras, mostrar o nosso trabalho, sair da internet e chegar em pessoas que não atingimos. A gente trabalha com orçamento limitadíssimo, e todas as visualizações, interações, compartilhamentos das nossas músicas são muito orgânicos, no boca a boca mesmo. Ficamos muito muito felizes, mas eu, particularmente, sinto falta de incentivo à cultura, e sinto que, como artista no Brasil, você tem que trabalhar trinta mil vezes mais, não só na sua área, mas ser excelente em mil outras pra fazer dar certo, e isso acaba te deixando meio doidão. 

Gabibs: Por conta da pandemia tem sido bem difícil alcançar novos públicos, e acredito que esse está sendo nosso maior desafio do momento, conseguir crescer nosso nome com tantas condições que nos limitam.

Nacris: O maior desafio do EVE é ser um grupo musical de um selo independente. É um formato de artista muito novo dentro de um nicho mais novo ainda que é o que estão chamando de b-pop agora. E ser independente, sem um investimento que consiga nos impulsionar como os grandes nomes do Brasil têm, é com certeza a parte mais difícil. Nós fazemos o que podemos, com o que temos, e às vezes com o que não temos também.

Desde o pré-debut do grupo até hoje muita coisa mudou. O que vocês sonhavam em realizar na época e já conseguiram? Qual é o grande sonho do EVE agora?

Anne:  O que sonhávamos e realizamos: produzir músicas e videoclipes com a nossa cara. Nosso sonho [atual]: produzir mais músicas e videoclipes com a nossa cara, porque somos muuuuito diversas e adoraríamos trazer à tona mais e mais nossas outras facetas. 

Bela: Dizendo por mim, no debut nem criei expectativas porque eu sei que esse ramo é muito difícil, mas quando alcançamos 1M de views no clipe, eu fiquei completamente chocada, e só queria fazer mais e mais! Agora nós já temos vários clipes no YouTube, três deles com de um milhão de views e mais vindo por aí, então acho que o nosso grande sonho é poder crescer e evoluir cada dia mais e conquistar   novos públicos com o nosso trabalho, futuramente sendo conhecidas mundialmente. 

Emma: Desde que me mudei pra SP, meu sonho sempre foi viajar pra fazer show pros meus amigos em Salvador! E eu já consegui e fiquei tão feliz! Todas nós ficamos muito felizes quando começamos a ser chamadas pra fazer show, quando começamos a viajar pelo Brasil, acho que sonhávamos todas com isso e foi lindo ver que começamos a realizar, antes da pandemia parar tudo. O sonho do EVE eu diria que é performar para mais e mais pessoas. Somos pessoas, mesmo que muito sonhadoras, muito práticas. Então pensamos em trabalhar duro, fazer shows, conseguir nos sustentar a partir do EVE, e fazer o grupo crescer, aparecer em programas, novelas, ser trilha de filme! Tudo isso!

Gabibs: Conquistamos tantas coisas incríveis, me enche demais o coração poder ver nossa evolução. Me lembro do pré-debut em que seria só uma música e de repente fizemos mais quatro, sendo uma delas colaboração com a rapper e cantora sul coreana NaDa e outra com o grupo WIBE. Conseguimos alcançar um milhão de visualizações em mais de um MV, viajamos pelo Brasil para fazer apresentações, tivemos matérias sobre nós, então, definitivamente conquistamos muitas coisas. Acho que nosso grande sonho, no momento, é que o EVE possa crescer muito mais, com públicos maiores, em eventos maiores, mais apresentações em diversos lugares e não só do Brasil, podendo cada vez mais melhorar nossas apresentações e poder viver somente pelo EVE, dando muito amor e carinho ♡

Nacris: No ano de 2019 nós conseguimos fazer show em diversas partes do Brasil, e acho que esse era um dos nossos maiores sonhos desde o começo. Até dividir o palco com um dos grandes nomes do rap coreano conseguimos, quando a Nada veio pra cá. Felizmente tivemos grandes realizações mesmo com pouco tempo de grupo e somos muito gratas por isso. No momento, a nossa meta está sendo alcançar um público maior através das redes sociais por conta da pandemia que atrapalhou bastante o nosso trabalho.

Eve mantém produção a todo vapor mesmo na pandemia

No geral, o ano que passou trouxe uma virada na vida de artistas por todo o mundo. O avanço da pandemia tornou 2020 o ano das lives e eventos remotos. Mas, para o EVE, além de um período desafiador, os últimos meses também concentraram uma produção intensa.

Eve no Carnageek, evento remoto realizado durante a pandemia

As meninas contam que precisaram superar o isolamento social e a saudade – uma da outra e do público – para manter o ritmo.

Apesar de estarmos nesta época de pandemia, o EVE não parou de produzir! Como tem sido o trabalho neste último ano? O que mudou na rotina de criação e treinamento de vocês? Do que vocês sentem mais falta? E qual foi o maior desafio para vocês dentro deste período?

Anne: Tem sido bem complicado porque percebemos que trabalhamos muito bem quando estamos juntas, num mesmo espaço. Além disso, foram reduzidas nossas oportunidades de nos apresentarmos em eventos e programas de TV, por exemplo. Assim tivemos que focar nossa divulgação em conteúdos para internet, e nenhuma de nós tinha experiência com isso hehehe. Então mudar essa chavinha de “postei na internet porque quero mostrar meu trabalho” para “postei porque quero que o público se engaje com meu trabalho” ainda requer muita pesquisa, mudança de hábito e perspectiva da nossa parte.

Bela: No primeiro semestre de 2020 foi bem complicado, as calls não estavam funcionando e o processo de criação, principalmente de Power, já estava deixando a gente super estressada. Nós trabalhamos muito bem juntas, em sintonia, mas a distância isso não funcionou, então ficamos boa parte de 2020 travadas, e quando finalmente o espaço de ensaio pode ser aberto com as prevenções ao Covid, nós conseguimos nos reunir e voltar a produzir bem os nossos comebacks. Nós nos tornamos muito amigas desde o debut e sempre fomos muito de contato umas com as outras – abraços e beijos -, e, com o distanciamento, isso deixou de ser possível. Isso com certeza é uma das coisas mais diferentes e difíceis nessa nova vida pandêmica, fora a ausência da nossa integrante Nacris, que por conta da pandemia permanece no Rio de Janeiro, onde ela mora, e nós sentimos muita falta dela… Apesar de mantermos contato virtualmente, não é a mesma coisa, também morremos de saudades dos shows e do contato com os fãs. 

Emma: Tem sido penoso, não vou mentir. A gente é bem prática quando estamos juntas, conseguimos render muito. Separadas acabamos tendo menos tempo pra conversar, tem desencontros de agenda, e a internet limita muito as interações e a criação. Isso somado a stress, ansiedade, colapso político e econômico e mais um monte de coisa que a pandemia trouxe, fica bem mais difícil de criar e entregar. Ainda assim, foi muito gostoso ver que conseguimos e estamos conseguindo. Alguns dias mais, outros menos. Sinto muita falta do olho no olho pra escrever músicas, falar sobre as opiniões, ter ideias. Eu sou extrovertida, então sinto falta das minhas meninas kkkk.

Gabibs: Tem sido bem difícil seguir uma rotina e render o mesmo que antes com esse momento difícil da pandemia. O lugar onde treinamos normalmente (Núcleo Mandala) está fechado e com o toque de recolher também é difícil nos reunirmos para poder criar muitas coisas. Mas estamos tentando achar brechas e horários livres em comum pra não ficarmos paradas e ensaiarmos sempre que possível! 

Nacris: Muito complicado! Ninguém estava preparado para essa mudança, principalmente quando começamos a ter um resultado legal com o nosso trabalho. Descobrimos que o nosso processo de criação só funcionava bem quando estávamos todas juntas, então se adaptar a trabalhar à distância foi e tem sido muito difícil. Eu, que moro em outro estado, continuo treinando em casa. Nós sentimos muita falta de estarmos juntas e de fazer show. E o maior desafio tem sido justamente a consequência do vírus. Não poder gravar clipe como gostaríamos, não poder fazer show pros nossos fãs, não ter encontrinhos ou eventos, ficamos sem renda.

Por conta da pandemia, artistas e público precisaram se habituar com novas formas de se comunicar e interagir. Shows, por exemplo, ainda estão longe de rolar. Para vocês, como artistas, como é estar longe dos palcos e da energia dos fãs por tanto tempo? As lives e eventos online ajudam a diminuir a saudade?

Anne: As lives e eventos online ajudam sim, mas realmente está sendo muito difícil ficar longe dos palcos. A sensação de perceber instantaneamente a resposta do público é incrível. <3 

Bela: Não conseguimos nem expressar a saudade que estamos dos palcos, shows e dos nossos fãs. Nós sempre conseguimos matar um pouquinho da saudade nos eventos online, mas sentimos falta do público logo ali na frente. 

Emma: Eu tô pirando. O EVE tá pirando. A gente ama estar no palco, e é muito triste não poder estar lá, entregando nossa performance pras pessoas que gostam da gente. As lives ajudam porque a gente sente aquela adrenalina de “estar no palco cantando pra pessoas pra valer”, mas nem se comparam a realmente ouvir a galera cantando com a gente, e com abraçar cada um depois. Esperamos que as coisas se normalizem o mais rápido possível!

Gabibs: As lives online ajudam super a ter aquele gostinho de apresentação e a não nos deixar tão enferrujadas. Mas o sentimento, a vibração de um show ao vivo é simplesmente outra vivência e nós todas sentimos MUITA falta disso. Temos fé que logo logo tudo isso vai passar e vamos poder compartilhar muito carinho todos juntos ♡

Nacris: É muito triste, me corta o coração estar longe dos fãs e longe da minha segunda casa. A saudade é imensa e quanto mais o tempo passa, parece que a dor aumenta, a insegurança e os medos também. Medo de enferrujar, de de repente não se sentir mais capaz de pisar num palco novamente e entregar para as pessoas o que elas tanto esperaram. As lives e os eventos online ajudam sim a diminuir a saudade, ajudam a lembrar que temos pessoas que torcem pra gente, nos dá força de continuar persistindo, mas nada se compara em se apresentar para os fãs e sentir a energia deles presencialmente.

O que vem aí? Expectativas para 2021 e colaborações

Quem já conhece o EVE sabe que as meninas estão sempre fechando com outros artistas. Já rolou parceria com a rapper Nada [link pra entrevista] com o apaixonado por twerk Aoora, e até com outros grupos de b-pop, como o Paradyzo.

Mas o que será que vem por aí? O EVE dividiu com a gente alguns nomes que elas veem como o encaixe perfeito para uma colaboração!

O EVE já serviu parcerias com diversos artistas, indo do K-Pop ao B-Pop. Se vocês tivessem a chance de escolher um próximo feat, com qual artista do K-Pop vocês gostariam de colaborar? E artistas do Brasil e outras partes do globo? Existe algum que vocês acham que se encaixaria perfeitamente com o EVE?

Anne:  Sempre falamos em Gloria Groove, porque realmente sentimos que temos uma mesma pegada de músicas e performance. Do K-pop, BLACKPINK é uma boa sugestão, mas eu particularmente me sinto muito atraída pelo trabalho da CL. <3 

Bela: Dizendo por mim, os artistas de KPOP que eu adoraria fazer um feat, são a Jessi (artista solo) e o grupo BlackPink. Agora artista brasileiro eu posso dizer pelo grupo todo que o nosso feat dos sonhos é a Gloria Groove.

Emma: GLORIA. GROOVE. Todo mundo vai responder isso, certeza. Falamos que queremos fazer uma parceria com a Gloria já faz MUITO tempo, porque ela representa tudo o que a gente acredita: é uma performer completa, que canta absurdosss no ao vivo e no estúdio, que tem presença, carisma, e letras que a gente se inspira muito! Mesmo as músicas dançantes da Gloria são uma injeção de autoestima, de estudo de composição, de ver alguém que fala sua verdade, sabe? Eu, Emma, também gostaria muito que pudéssemos fazer feats com artistas do K-R&B e do K-HipHop. Pensa só, as 5 eves e o Jay Park?? Seria um sonho! Também gostaria que o EVE pudesse trabalhar com outros grupos latinos como as meninas do V5, as KATZ, e vários outros. To apaixonada pelas meninas do Boys World!

Gabibs: Olha uma pessoa que a gente SEMPRE menciona ser sonho fazer um feat é a maravilhosa Gloria Groove. Acho que nós 5 sempre falamos dela em todo canto, exatamente por ela ser uma modelo tão grande para nós. Então seria simplesmente maravilhoso!!! Além dela, eu particularmente gosto muito da Pabllo Vittar, da Luísa Sonza, e do KPOP gosto muito do BlackPink ou até mesmo Dean. Para uma outra pegada, de grupo latino, de repente o V5, gosto bastante. Internacional penso bastante na Ariana Grande, Demi Lovato e Lady Gaga

Nacris: Ano passado eu me apaixonei por um grupo chamado The Boyz e se conseguíssemos uma collab com eles seria incrível. Eles são uma referência pra mim. Como performistas, entregam tudo de si nos palcos, as danças são sempre impecáveis e os vocais também. Eles não têm posições pré-estabelecidas no grupo e cada integrante sabe fazer de tudo um pouco também, então acho que seria uma junção no mínimo interessante. No Brasil gostaríamos muito de trabalhar com a Gloria Groove e essa opinião é unânime total. Recentemente nós descobrimos um grupo chamado Boys World, que acho que, de todos os artistas que citei, se encaixaria melhor com o EVE.

E se é pra sonhar alto, as meninas do Eve também sonham! Se liga nessa listinha que cada uma fez, pensando nos feats que vivem em seus imaginários

Por fim, o que podemos esperar do EVE em 2021? E o que vocês, do EVE, esperam deste ano?

Anne: Mais músicas! Com facetas diferentes, como eu já disse, mas todas pra se dançar e se sentir poderosa e certa de si mesma! Desse ano incerto, esperamos que vocês gostem do nosso trabalho e o apoiem muito <3

Bela: Podem esperar do EVE a nossa nova fase… Nossos comebacks que vêm por aí estão sendo pensados e preparados desde 2020 e nos esforçamos muito para alcançar nossas expectativas e entregá-las a vocês. 

Emma:  Muito trabalho!! Queremos mostrar que estamos em movimento e estamos atrás do que sonhamos. Esperem muitas músicas com ritmos envolventes, dançantes e coisas que nunca fizemos antes. Espero que todos consigamos nos vacinar, ficarmos seguros e bem, pra voltar com tudo a mexer essa locomotiva que é o EVE!

Gabibs: Temos alguns projetos pela frente que tivemos trabalhando e que são bem diferentes de tudo que já viram do EVE, então estou bem ansiosa pra poder mostrar pra vocês. E esse ano esperamos poder crescer mais o EVE, poder alcançar outros patamares e termos muitas novas conquistas, com muita saúde e muito amor no caminho ♡ 

Nacris: Vocês podem esperar muitas novidades do EVE! Uma nova fase do grupo e uma nova cara também. Nos preparamos quando a situação do país estava mais tranquila, e adiantamos um montão de trabalho. Vamos seguir lançando alguns deles no decorrer do ano e nos virando jeitinho que dá para trabalhar mais. Esperamos ter um retorno positivo para todo o nosso esforço e crescer ainda mais enquanto grupo.

Já deu pra ver que, se depender do Eve, 2021 promete para o b-pop, certo? Para o público, fica um vem aí bem grande, e a expectativa de continuar vendo o grupo crescer e se tornar referência no Brasil e no mundo!


A K4US agradece ao Eve pela disponibilidade em dividir, com tanta honestidade, sobre a vivência de um grupo independente de b-pop. Agradecemos também à K.Ö. Entertainment pelo auxílio ao longo da entrevista.

Entrevista por K4US | Texto por Bea e Letícia | Equipe de Redação da K4US.
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