Conversamos com Lucas Jötten, CEO da K.Ö Entertainment – Criador de um dos eventos mais reconhecidos no cenário cover e culturaldo país, o KDT. Apesar do grande envolvimento dele e de sua empresa com o KPOP, Lucas é um cara eclético, divertido e sonhador. Confira nessa entrevista.


Primeiramente, obrigada por aceitar o nosso convite para participar dessa entrevista. Queremos começar apresentando-o ao público que ainda não o conhece. Quem é Lucas Jötten?

Meu nome você já delatou hahah Tenho 22 anos, sou uma pessoa que tem como objetivo sempre dar o melhor de mim e inspirar isso nos outros. Alguns dos artistas que mais gosto são Christina Perri, Amy Winehouse, Pixie Lott e, como não pode faltar K-Pop, T-ARA, Ladies Code e IU.

Lucas Jötten. Mídia/Reprodução: Karine Ishida

Ao acompanha-lo em suas redes sociais, vimos que você está sempre antenado em vários artistas, não somente coreanos. Hora ou outra, você compartilha sugestões de músicas e clipes de várias nacionalidades. O que leva você a querer conhecer artistas tão diferentes? Gostaria de indicar alguma música que não seja de kpop aos nossos leitores?

Tem espiões acompanhando minhas redes socias? Hahahh

Eu acabei caindo no K-Pop porque sempre me interessei por música de outros países… Quando você ama música, é imprescindível ter a mente aberta! O idioma ou estilo não podem ser uma barreira.

Pra mim, música é a única forma que consigo expressar ou traduzir alguns dos meus sentimentos e momentos da minha vida. E a vida não é simples para que um estilo ou idioma de conta disso. Por isso temos que sempre procurar mais músicas!
Quanto a minha indicação… Apesar de seguir o estilo do pop asiático em algumas características gerais que os kpoppers estão acostumados, eu indicaria o cantor vietnamita Sơn Tùng M-TP!

Cantor Song Tung M-TP

Atualmente você trabalha como CEO da K.Ö Entertainment. Você sempre esteve ligado a empresas de eventos e entretenimento. A K.Ö é uma criação sua? Quais são os pontos positivos e negativos de se trabalhar com eventos, e o que te faz continuar nesse ramo?

A K.Ö. foi algo que aconteceu quase que sem querer… Começou com alguns eventos que resolvi organizar por “diversão” como flashmobs de K-Pop. Mas isso cresceu e precisei criar uma página parar administrar tudo no Facebook. No inicio era algo bem informal, mas quando comecei o processo para realizar um torneio de K-Pop em parceria com a secretaria da cultura (o KDT), precisei botar ordem na bagunça. Foi ai que a K.Ö. surgiu. Mesmo assim, o objetivo era realizar eventos com o objetivo de fazer o público e os covers se divertirem e nada mais. Tudo com uma equipe de voluntários que amavam o que faziam. Mas as coisas foram crescendo e uma estruturalização foi necessária, senão os eventos não teriam mais como acontecer.

Na minha opinião, trabalhar com eventos é muito gratificante porque durante e no final do evento você consegue ver o sorriso e satisfação no rosto de todos que estão aproveitando aquele momento. E nessa vida corrida que todos vivemos hoje em dia, é muito bom saber que tenho o papel de garantir algo tão importante na vida das pessoas, o momento de lazer.

Um ponto negativo… Acho que trabalhar com pessoas, apesar de surpreendentemente bom as vezes, não é tão fácil porque você não controla as outras pessoas, elas não são máquinas ou contas exatas. Eventualmente a gente acaba se estressando por conta de uma ação de terceiros ou de problemas que são responsabilidade de outra pessoa.

Acho que continuo a trabalhar com eventos pelo mesmo motivo que comecei… É um tanto quanto natural pra mim… Apesar da correria e dos contratempos, é algo que faço que acontece de forma natural e que me mantem sempre em contato com algo novo. Tenho interesse por outras áreas, mas acho que a maravilha de eventos pra mim é que consigo fazer tudo em paralelo. Tanto eventos quanto outras atividades. Minha cabeça acaba se organizando com tudo de alguma forma.

Imagens do KDT e sua equipe

Você citou o KDT. O evento é um dos maiores (se não o maior) concurso para covers de KPOP do Brasil. Como surgiu a ideia de criar um evento tão icônico quanto o KDT? Quais surpresas estão guardadas para a próxima edição? Você pode nos contar um pouco sobre a história do evento, e nos contar um pouco sobre o que está por vir?

Eu era/ainda tento ser cover. Como a maioria dos covers, eu ensaiava no Centro Cultural São Paulo. Ver os kpoppers se apropriarem daquele espaço sem que a administração do centro realmente reconhece a presença deles lá me deixava com uma pulga atrás da orelha pra fazer algo. Depois do CCSP ter dado a oportunidade de alguns grupos de K-Pop de apresentarem na semana de dança, me animei e montei um projeto pra realizar um evento lá. Para minha surpresa, eles amaram a ideia e já me deram a oportunidade de primeira de utilizar a maior sala do centro (a arena onde o KDT começou). Depois de um ano acertando todos os detalhes do projeto, finalmente o torneio aconteceu… Era para ser algo diferente das outras competições, um torneio que realmente entendesse as necessidades dos covers. Mas coisa de uma edição só já que na época nem contavam com muitos voluntários. O evento acabou dando tão certo que fizemos a segunda, terceira, quarta… E agora a sétima edição.  Acho que o KDT deu tão certo porque, dentro dos nossos limites, estamos sempre tentando fazer algo bom tanto para os covers quanto para o público.

Para a sétima edição teremos mais candidatos de fora do estado por conta de eventos parceiros e uma infraestrutura totalmente diferente das edições anteriores. Agora que finalmente me formei da faculdade, irei tentar dar mais atenção ao evento para que ele fique melhor ainda para todos!

Lucas se apresentando como cover de kpop

Vamos falar sobre HighHill. Sabemos que você é um dos apoiadores do grupo, e em nossas poucas conversas, percebemos o quanto você é apaixonado por esse sonho. Como surgiu esse carinho pelo HighHill e o que o grupo significa hoje para você?

Eu trabalhei na JS. O Highhill em si começou de lá. Mas o sonho acho que veio antes… Como a maioria das pessoas, principalmente kpoppers, eu já tive aqueles momentos em que me imaginei no palco como artista. Mas percebi rapidinho que era preguiçoso e tímido demais pra isso acontecer hahaha No entanto, por trás dos palcos eu me virava muito bem. Como disse antes, era algo natural pra mim. Foi ai que me animei para trabalhar com isso. Na JS os meninos do Champs, apesar de muitas ressalvas, tiveram sua chance, mas as meninas não. Quando a empresa acabou, algumas das trainees me perguntaram o que iam fazer agora. Eu admirava muito o esforço de todos lá dentro e então reuni algumas meninas e sugeri dar continuidade no projeto. Não era exatamente a minha área, mas enquanto elas quisessem, eu daria o meu melhor para ajudar. E assim o projeto Highhill começou. Hoje, como tudo em que trabalho, criei um carinho pela proposta. Assim como o sorriso das pessoas nos eventos, me sinto feliz em ver o sorriso das meninas no palco.

Ainda falando sobre KPOP. A pergunta que não quer calar, e que muitos dos leitores provavelmente querem saber: A K.Ö Ent. Tem a pretensão de trazer grupos de KPOP ao Brasil? Você pode nos contar um pouco sobre os projetos que a empresa tem em vista para os próximos anos, não somente envolvidos com kpop?

Esse ano quero desenvolver e criar novos projetos para a K.Ö.! Tanto eventos com mais atrações voltadas só para amantes da cultura coreana, quanto outras iniciativas que divulguem cultura e o lazer. O objetivo é tornar o que sempre foi um conjunto de boas intenções, objetivos e ações em uma empresa que possa desenvolver cada vez uma infraestrutura melhor para atender as pessoas que amam nosso trabalho. Isso inclui em um futuro próximo poder trazer shows bem produzidos para os kpoppers e outros eventos de interesses variados para o pessoal que não vive só de Coreia. E para nossos eventos que já focam no público kpopper, como o KDT, nosso objetivo é tentar trazer pessoas de fora do nicho para conhecer esse universo.

Tem algo que você gostaria muito de fazer, mas ainda não teve a chance de realizar dentro da indústria do entretenimento?

Pergunta difícil… Eu também gosto muito de eventos sociais e corporativos. Acho que algo que nunca tive a oportunidade é realizar um evento cultural, mas com convidados limitados e uma importância de outro aspecto. Como foi o Fashion Passion que contou a presença da então presidente da Coreia do Sul e outras personalidades. Além de um desfile de moda e apresentações do Shinee e de integrantes do f(x). Pude trabalhar nesse evento como staff e foi uma experiencia muito interessante.

Lucas, jovem CEO – Durante Bolsa de Estdudos na Coreia, junto de profissionais de vários países

Como você vê o público kpopper atual? Sabemos que você “é das antigas”. Sente muita diferença entre o público antigo do kpop (quando a onda Hallyu pisou em terras brasileiras) e o público de agora?

A maior diferença é o número hahahaha Hoje o K-Pop é muito mais conhecido.

Acho que as características do público atual difere do pessoal “das antigas”, entre outras coisas, por um reflexo da própria evolução do K-Pop. Não me arrisco dizer quais diferenças de fato existem porque nunca parei para pensar muito a respeito…

Não sei se isso é permitido perguntar, ou se você poderá responder. Mas vamos lá. Atualmente, qual é seu grupo cover de kpop favorito? E Porque?

Não posso falar que tenho um favorito (até porque, posso me colocar em maus lencois), mas um grupo que sempre admirei muito é o K.O. Dance Team. Não só pelo gosto musical e escolha de músicas hahaah Mas as meninas sempre me passaram um energia muito boa e o jeito como sincronizavam os passos e executavam a dança me hipnotizava. Mas acho que, pra mim, cada grupo tem uma “apresentação de ouro”… Por conta do KDT, acabo pesquisando e vendo covers de diversos lugares do Brasil. Sempre acho apresentações que dão orgulho ter me esforçado mais 3 anos para dar oportunidade aos covers.


Agora iremos fazer um bate-volta. Diremos uma sentença e você deve responder com a primeira coisa que vier a sua cabeça, em poucas palavras.

Uma comida: pizza
Uma cor: verde
Animal favorito: tigre
Com quantos anos pretende se casar: 28
Um grupo de KPOP: Brown eyed girls
Um artista surpreendente: Lee Hi
Das cores que você já pintou o cabelo, qual foi a sua favorita? Ahahahahaah foram tantas… Mas branco ainda sempre me tenta a descolorir de novo.
Dos artistas ou personalidades das quais já trabalhou, qual foi o/a mais gratificante? Nuest.
Sereias ou unicórnios? Unicórnios.
Uma música que está viciado nos últimos dias: Highlight – plz dont be sad
O que achou da entrevista? Muito divertida!


Agradecemos Lucas Jötten por disponibilizar seu tempo para trocar experiências com nossos leitores.

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Youtube: https://www.youtube.com/c/KÖEntertainment

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