Que o The Rose é uma banda extremamente talentosa e com presença de palco, isso todos sabem (ou deveriam começar a saber). A cada novo álbum é possível perceber que os meninos querem passar uma mensagem para o público, por menor que ela possa ser. Para a banda, há um propósito por trás de cada álbum e música já escrita. E desde que “DUAL”, novo disco lançado em setembro, chegou em nossas playlists, isso fica cada vez mais evidente. Portanto, uma imersão musical nesse álbum é tudo que você precisa para compreender e apreciar o novo estilo musical que a banda trouxe neste novo lançamento.
Para entender melhor o contexto que a banda quis trazer aqui, é necessário entender que a ideia principal foi “dividir” o álbum em duas partes. Mas precisamente, em dois momentos. E que provavelmente não tenha sido notado pelos fãs. Então decidimos dividir a imersão em duas partes também. Estão prontos? Vamos lá!
A 1ª IMERSÃO
“DAWN”
“Dawn” é o início de tudo. Sabe quando encontramos uma música no aleatório e ela se transforma em trilha sonora de algum momento específico da nossa vida? E nessas horas, olhamos pro nada e pensamos em tudo? “Dawn” traz esse sentimento e mesmo com menos de 1:50 de instrumental, traz aquela sensação de que tudo está bem. O sentimento se confirma quando “You are beautiful” começa a tocar logo em seguida, dando início a primeira imersão.
“YOU ARE BEAUTIFUL”
“You are beautiful” nos traz aquela leveza de início de relacionamento, onde tudo começa a fazer sentido para o casal. E assim como toda a leveza, também nos mostra como às vezes nos sentimos insuficientes, mesmo que a pessoa amada nos diga: “não, você é o bastante. Não escute os outros”. “You are beautiful and now you’re mine” (“Você é linda e agora é minha”) é a frase de intensidade da música e a confirmação de que você sempre será bonito aos olhos de quem realmente se importa com você.
“NAUSEOUS“
É aqui em “Nauseous” que a imersão muda de página. Se tivemos os momentos leves e de afirmação com a intro “Dawn” e “You are beautiful”, “Nauseous” nos mostrará como os relacionamentos no geral podem ser imperfeitos e com problemas e que, dependendo, a gente nem consegue mais manter uma convivência saudável com a pessoa. “Just the look and sound of you making me nauseous” (“Apenas o olhar e o seu som me fazendo ficar enjoado”) é a frase que ninguém gostaria de ouvir da pessoa que gosta, mas ela é bem direta e passa a sensação de que não há mais nada a ser feito. Que é preciso pôr um ponto final na história.
“BACK TO ME”
Meus amigos, o ápice da 1ª imersão de “DUAL” começa aqui! “Back to me” é a música mais ouvida do álbum no geral, e com motivos de sobra. Após “Nauseous” ser o início do fim, “Back to me” será tido como o momento do arrependimento. Nosso herói percebe o quanto errou por ter negligenciado a pessoa que fazia de tudo para fazê-lo feliz, mas que agora nem deseja atender sua ligação. Aqui é um momento onde a ficha cai e que não importa o que se faça, tem certas coisas que não tem conserto . “I can make you mad, I can make you scream. I can make you cry, I can make you leave. But I can’t make you come back to me” (“Eu posso te fazer ficar brava, posso te fazer gritar, posso te fazer chorar, posso te fazer ir embora. Mas não posso fazer você voltar para mim”) traduz perfeitamente o momento em que o eu lírico sabe que estragou algo muito bom. Quem nunca passou por isso, né?
“LIFELINE”
Logo após sairmos do caos de “Back to me”, somos trazidos para o equilíbrio de “Lifeline”. Essa faixa do álbum irá dar início à 2ª imersão de “DUAL”, onde tudo parece voltar a ter sentido novamente. Será um processo de cura e aceitação do nosso herói e da pessoa amada. Mesmo que os problemas venham novamente, eles farão o possível para resolver. E se eles tiverem que mudar de cidade, eles o farão. “You know, You know I could be your lifeline” (“Você sabe, você sabe que eu posso ser sua corda salva-vidas”) traz o sentimento de que ele pode ser capaz de fazer certo dessa vez e que não irá decepcionar a pessoa novamente. Ele tem mais consciência dos atos. Essa faixa encerra o ciclo equilibrado porém também caótico dessa primeira imersão do álbum.
A 2ª IMERSÃO
“DUSK”
“Dusk” é a intro da segunda parte de DUAL. Ela é mais direta, trazendo uma sensação de renascimento, mas mostra também que ainda há um caminho a ser percorrido para conseguir voltar a ser plenamente satisfeito e feliz consigo mesmo.
“ANGEL”
Como o próprio nome diz, é a música angelical que te dá um propósito e força para viver algo novo. Por mais que você esteja quebrado por dentro, há ainda muitas coisas boas no mundo que merecem sua atenção, e que você não estará sozinho nessa jornada. Você terá seu anjo da guarda o tempo todo ao seu lado.
“ECLIPSE”
“Eclipse” é a faixa intermediária do álbum (e creio que foi proposital). The Rose sabe muito bem captar a mensagem que quer passar e a coloca no momento certo. Aqui, o ciclo está se aproximando do fim, logo o álbum também. O que significa que aos poucos o eu lírico começa a entender que ele precisa abraçar seus momentos de caos e solidão de vez em quando, mesmo que isso o leve de volta para a escuridão.
Mas como sabemos, sem escuridão, não há luz. Então sim, nossos momentos de escuridão também são momentos de reflexão e clareza, onde percebemos nossos erros e como evitá-los para no fim, transitarmos para o caminho da luz e entendimento sobre nós mesmos.
“ALIVE”
“Baby I’m alive”! (“Amor, eu estou vivo!”) Sim, finalmente o herói pode dizer que se sente vivo! Mesmo que os sentimentos estejam à flor da pele e muitas vezes não fazem sentido, ele parece não ligar. O eu lírico simplesmente abraça e vai viver cada momento conforme sua vontade. Se ele quiser gritar, ele irá gritar. Se ele quiser sorrir, ele vai sorrir. Se ele quer abraçar o caos, ele irá abraçar o caos. Mas o que importa para ele é que se sente vivo e com vontade de fazer as coisas depois de muito tempo passando por esse processo de entendimento pessoal.
“COSMO”
Seguindo a linha de “Alive”, “Cosmo” é uma continuação e uma confirmação de que estamos vivos e que temos que aproveitar ao máximo o que a vida tem de melhor. O céu é o limite para o que podemos alcançar, mesmo que muitas vezes nossos sonhos sejam irreais para a maioria. “Even though we’re just dust in the air, we don’t care” (“Mesmo que sejamos apenas pó no ar, não ligamos). Sabemos que somos apenas uma partícula em um universo imenso e sem fim, mas não significa que não possamos sonhar e amar perdidamente.
“WONDER”
E para fechar a 2ª imersão com chave de ouro, somos apresentados a “Wonder”, que nada mais é do que a faixa mais enigmática. Particularmente, a vejo como uma crítica à sociedade como um todo. Que impõe que sejamos de uma forma para encaixar nos padrões morais. Sendo que sempre nos perguntamos o porquê de não sermos como queremos. E se pudéssemos ser, como seríamos? “What if we solely say the truth, will all our lives be so much smooth. Perhaps a better world’s in soothe, I wonder” (“E se nós unicamente dissemos a verdade, nossas vidas serão tão tranquilas. Talvez um mundo melhor esteja se acalmando, eu me pergunto”).
E aí, gostaram de saber um pouco mais sobre o icônico “DUAL”? A cada novo álbum, o The Rose se supera e busca trazer novas formas de nos contar histórias. Seja sobre a vida comum ou algum acontecimento relevante no mundo, a banda vem para nos fazer questionar sobre tudo. E o talento? Nem preciso dizer que eles tem de sobra. Aproveite para dar muitos streams no álbum porque você vai estar imerso todas as vezes.
Texto por Mari Araújo | Revisado por Ana Carol | Equipe de Redação da K4US | k4us.com.br | Não retirar os devidos créditos
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