“Dan Da Dan” fura a bolha e resgata o melhor que um shounen pode proporcionar
Disponível no Crunchyroll e na Netflix
“Dan Da Dan” à primeira vista pode parecer só mais um shounen, mas ele é muito além disso, com uma narrativa concisa e divertida, a animação simplesmente furou a bolha.
Baseado no mangá de mesmo nome de Yokunobu Tatsu, a obra é publicada no Brasil pela Panini e neste ano ganhou uma animação produzida pelo estúdio Science SARU e está disponível legendado e dublado em português no Crunchyroll e na Netflix.
ENREDO
O enredo nos apresenta Momo, neta de uma médium, e Okarun, um colega da escola que é fanático em Ufologia. Durante uma conversa, eles entram em desacordo sobre a existência de alienígenas e fantasmas, ambos se desafiam a comprovar quem está errado visitando lugares famosos por suas aparições.
Durante o desafio, ambos acabam tendo experiências paranormais que despertam os poderes ocultos da Momo, enquanto Okarun perde seu órgão genital ao ser amaldiçoado. Agora, eles precisam enfrentar um mundo novo, cheio de perigos enquanto lidam com as incertezas da adolescência!
Personagens principais e secundários. Imagem/reprodução: Crunchyroll/Netflix.
OPINIÃO
Antes de começar a falar do anime, preciso deixar claro que esta é uma visão de alguém que não acompanha a obra original, logo estarei opinando apenas sobre a animação. Dito isto, devo comentar que “Dan Da Dan” foi uma incrível surpresa, e digo mais, conseguiu entregar o melhor que um shounen pode proporcionar. Para provar isso, aqui estão meus pontos!
Nesta que é a primeira temporada, o enredo é conciso e foca em apresentar a dinâmica e o contexto do universo que agora faz parte da nova vida dos protagonistas. Entre os elementos narrativos estão aspiadas, que muitas vezes eram em relação ao órgão genital perdido do Okarun, mas, apesar disso, o anime não faz sexualização dos personagens e retrata tudo de um ponto de vista bem adolescente mesmo.
Imagem/reprodução: Crunchyroll/Netflix.
Outro elemento que me surpreendeu bastante foi, ao meu ver, um resgate do Japão, mas uma invocação de um país mais recente, fazendo uso de locais, personalidades marcantes como o ator Ken Takakura e as lendas urbanas da Turbo Bachan (Vovó Turbo) e Akusara (Acrobática Sara Sara). O que reacendeu a minha antiga curiosidade sobre a cultura japonesa, em especial sobre yokais.
Falando em reacender, a história tem um jeito único de transmitir as emoções, pois se tem uma coisa que o estúdio fez foi a preocupação com os mínimos detalhes e sempre com referências pontuais como as já citadas acima.
Frame da cena considerada umas das melhores cenas do ano no IMDB. Imagem/reprodução: Crunchyroll/Netflix.
Cada yokai ou mesmo alienígena que apareceu em destaque tivemos uma breve contextualização, e mais, umas cutucadas sociais, abordando temas como a violência contra mulher, mães solos, etc..
Outro ponto importante é a analogia absurda entre a reprodução da espécie de uma civilização alienígena com o atual momento que o Japão está, de ter uma das populações mais envelhecidas do mundo, com baixíssimas taxas de nascimentos.
E mesmo com tantos elementos, “Dan Da Dan” é bastante divertido, já que não abre mão nem das críticas, nem das piadas, nem das cenas de ação ou flashbacks, nem mesmo de apresentar um romance fofo e gostoso de acompanhar.
Outro resgate feito pelo anime foram as discussões e mesmo o apoio a dublagem brasileira, seja pela Crunchyroll ou pela Netflix, que brincaram e ousaram trazendo bastante do regionalismo e referências só nossas.
Bem, se você ficou interessado e vai assistir ao anime, veja o trailer abaixo, saiba que vai encontrar uma trilha sonora incrível, boas cenas de ação, várias piadas e dinamismo, e claro, umas críticas sociais.
Portanto, encerro aqui meus pontos sobre o anime e garanto que “Dan Da Dan” entrega diversão, cenas emocionantes, ação e uma mistura de ocultismo e ficção científica, tudo isso enquanto adolescentes lidam com ser adolescentes. E que venha a segunda temporada já confirmada para julho de 2025.
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