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No comecinho deste mês, Zhang Yixing, mais conhecido como Lay Zhang ou Lay do EXO, lançou “Kai Tian”, mais um MV avassalador chamado por muitos de “Lit 2.0” – “Lit” foi o último grande MV de Lay, lançado em 2020, e que se destacou por sua grande produção, mesclando instrumentos tradicionais chineses e batidas contemporâneas que deram um estilo único à sua música. Além disso, o cantor trouxe ao MV diversos elementos da cultura e mitologia chinesas, como a flor de lótus e o dragão, trazendo também uma mensagem: Lay afirmou ser o rei e que a música é o seu reino, além de afirmar querer levar a China ao mundo.
Novamente em “Kai Tian”, Lay mantém sua mensagem, mas dessa vez de forma ainda mais clara e direta, se autointitula “China King”, diz ser rei do m-pop (ou mandopop, o pop em mandarim) e mais uma vez repete sua frase “taking China to the world” (levando a china para o mundo). Assim como em “Lit”, é nítida a grande produção por trás do MV e da própria música, que levou entre dois e três anos para ser produzida.
Vale lembrar também que Lay sempre foi muito dedicado e minucioso com seu trabalho – o MV de “Lit” chegou a custar alguns milhões de dólares, aliás, em 2021, enquanto todos aguardavam mais um grande lançamento do cantor após a repercussão de “Lit”, Lay lançou apenas uma versão visualizer de sua música deixando muitos fãs confusos. O MV para tal canção chegou a ser feito, mas o resultado final do MV não agradou Lay e por isso decidiu lançar apenas o visualizer e um dance practice. O homem é exigente!
Em “Kai Tian”, também é nítida as referências à cultura chinesa, de forma ainda mais direta. Com uma produção que também deve ter custado alguns milhões de dólares, Lay dessa vez usa a lenda de Pan Gu para contar sua história. Pan Gu é conhecido na mitologia chinesa como o grande Deus e responsável por criar os céus e a terra, dando tudo de si.
Apesar de algumas pequenas divergências, segundo a lenda, o mundo era caótico e junto (o céu e a terra não eram separados). Acabando com isso, Pan Gu emergiu do vazio e cortou o mundo com seu machado, separando yin e yang, céu e terra. Para garantir que eles continuassem separados a cada dia, Pan Gu crescia um pouco mais, fazendo com que o céu subisse cada vez mais e a terra descesse cada vez mais.
Mais tarde, com a morte de Pan Gu, sua respiração se tornou o vento, névoa e nuvens; sua voz, trovão; seu olho esquerdo, o Sol; seu olho direito, a Lua; sua cabeça, as montanhas e os extremos do mundo; seu sangue, rios; seus músculos, terra fértil; sua barba e cabelos, as estrelas e a Via Láctea; sua pele, arbustos e florestas; seus ossos, minerais valiosos; sua medula óssea, joias preciosas; seu suor, chuva; e as pulgas em sua pele se tornaram animais.
“Kai Tian” significa separar o céu e Lay usa dessa lenda para contar também sua própria história. Assim como Pan Gu trouxe vida ao mundo e começou tudo, Lay afirma ter criado o universo do m-pop, fazendo uma analogia entre as criações de Pan Gu e suas conquistas na música.
“Cabelo preto, pele amarela, rei oriental
As pessoas sempre balançam
Quando minha música toca
Criando o universo do M-pop
Eu comecei, sabe
Raramente encontro rivais na vida, sempre rio até o fim…”
Essa referência fica ainda mais clara no refrão da música quando Lay diz:
“Daqi-daqi tei, daqi-daqi tei, daqi-daqi tei
Abra os céu
Daqi-daqi tei, daqi-daqi tei, daqi-daqi tei
Quem pode me igualar?
Eu tenho o machado
É hora de criar
Eu vou te mostrar como
Eu separei”
Em sua live, Lay também explicou o que “Daqi-daqi” significa, já que a expressão não ganhou uma tradução, seria o mesmo que “abracadabra”. O que se encaixa perfeitamente com a história que o cantor nos conta em sua música.
Não podemos deixar de destacar mais uma vez a combinação perfeita entre instrumentos tradicionais chineses e as batidas modernas que deixaram a música com uma sonoridade diferente e única, assim como diversos aspectos da cultura chinesa reconhecidos por equilibrarem o moderno e o tradicional. Lay provou mais uma vez porque ele merece o título de China King.
O mandopop ou m-pop tem se tornado cada vez mais popular pelo mundo e conta com diversos artistas para além da China como Taiwan, Cingapura, Hong Kong, entre outros. Ainda que Lay não seja o cantor que iniciou oficialmente o gênero e não seja o único artista que se dedique a levar a China para o mundo, é inegável a sua relevância e influência internacionais tanto em países ocidentais quanto em outros países países do leste asiático, para fazer sua voz ser ouvida além de ter grande influência dentro da própria China.
Lay está sempre em atividade, seja fazendo música, produzindo, atuando, participando de programas como o famoso “Street Dance of China” e mais recentemente lançando o girlgroup R.E.D pela sua empresa em julho de 2024. Além disso, o cantor ao longo dos anos fez muitas viagens aos Estados Unidos promovendo sua música e frequentemente lança parcerias musicais com artistas, inclusve de diferentes nacionalidades, como a que fez com o artista indonésio Luav.
Seja no pop ou no m-pop, atuando ou produzindo, é inegável a dedicação de Lay Zhang a sua arte e ao seu trabalho e a legião de fãs que o artista tem conquistado pelo mundo. E apesar de já ter feito muito, acredito que ele esteja apenas começando a nos mostrar do que é capaz.
