2023 chegou ao fim um saldo de 27 nomes da música asiática em terra tupiniquim. O número representa um aumento de 350% se comparado com 2013, quando apenas seis grupos e solistas de k-pop vieram para o Brasil. O crescimento é a prova de que o país, finalmente, se estabeleceu como um mercado forte para as empresas de k-pop na Coreia do Sul e também para as produtoras brasileiras que apostam cada vez mais suas fichas no gênero.
Para se ter uma ideia da magnitude de 2023, se apresentaram no Brasil, nessa ordem: NCT 127, Super Junior, Oneus, Bloo, Vapo, The Rose, ONE N’ ONLY, OnlyOneOf, Jackson Wang, MCND, Woodz, NCT Dream, Miyavi, Jeff Satur, Boy Story, 2Z, TRI.BE, CLASS:y, P1Harmony, Epik High, ATEEZ, aespa, VAV, Kingdom, Must B, Tabber e Eric Nam. É muita gente!
Já em 2013… BaeChiGi, Nu’est, Super Junior, Ailee, PSY e Hyunjoong foram os solistas e grupos que fizeram a festa nos brasileiros. Inclusive, qualquer vinda de um grupo de k-pop ao Brasil era motivo de comemoração em massa. Na época, a comunidade k-popper era, digamos, realmente uma comunidade e, sem muita esperança de ver grandes nomes por aqui, mesmo um grupo pequeno era motivo de alegria. Tudo era uma vitória.
Uma década depois, o cenário mudou completamente, com o mercado devidamente fomentado, dando mais espaço para os grandes nomes e, consequentemente, grupos menores acabaram sendo prejudicados com shows não atingindo totalmente seu potencial de público. Só que não apenas a popularidade foi um fator determinante, como a divulgação tardia de alguns concertos também contribuiu para que o público não prestigiasse as apresentações já que não houve tempo hábil para planejamento financeiro.
E não é que pavimentaram o caminho?
BTS veio ao Brasil pela primeira vez em 2014. Naquele ano, o grupo estava longe de ser o sucesso estrondoso que se tornou, mas foi abraçado pelos brasileiros com um fanmeeting tímido no Via Marquês, em São Paulo. Três anos depois, eles lotaram o antigo Espaço das Américas ‒ atual Espaço Unimed, também em São Paulo, e davam indícios que se tornariam os grandões da indústria.
O grupo só voltou ao Brasil em 2019. Desta vez, no Allianz Parque. Os meninos já eram o maior grupo de k-pop e vê-los lotando um estádio, por duas noites seguidas, foi mágico até mesmo para quem não era fã e, para as empresas, o sinal de que grandes nomes do gênero tinham espaço no mercado brasileiro.
Só que ninguém contava com uma pandemia global. A Covid-19 freou qualquer oportunidade do k-pop crescer no Brasil, mas reestruturou o mercado de shows na Coreia do Sul, com a popularização de concertos transmitidos ao vivo, o que respingou também na exibição de apresentações nos cinemas.
Aqui no Brasil, tivemos a exibição de shows nos cinemas a rodo. Hoje este é outro mercado consolidado no país, ainda que a distribuição de salas priorize apenas os grandes centros. Mas neste caso, não há muito o que fazer: assim como fazer shows em outras cidades além de São Paulo, distribuir um filme muito nichado em cidades que o gênero não tem muita força é arriscar dinheiro ‒ e dificilmente uma empresa se propõe a isso.
Os grandes de olho
O ano de 2023 não fica marcado apenas pelo quantitativo de grupos e solistas, mas pela chegada da SM Entertainment com os dois pés na porta. Os únicos artistas da empresa que haviam vindo ao Brasil, até então, eram Super Junior, SHINee e f(x), mas em anos bem espaçados. Agora, em um único ano, quatro nomes da SM fizeram show por aqui, com sucesso de público.
A vinda de artistas da SM sinaliza que as grandonas da indústria realmente estão dispostas a dar mais atenção para o Brasil, tanto que o ano também foi recheado de inúmeros rumores de alguns nomes, como SEVENTEEN, Stray Kids e Tomorrow X Together, que devem vir para cá no próximo ano. O problema, entretanto, é que o espaço para grupos e artistas pequenos pode ficar ainda menor.
Se 2023 foi um ano recheado, 2024 tem tudo para ser ainda mais. TWICE, Bambam e IVE já estão confirmadas para pisar no país ‒ TWICE no Allianz!!! ‒ e ainda há rumores de outros nomes que devem vir por aqui. Então não fique surpreso se seu fave anunciar um show no Brasil. Já comece a guardar dinheiro.